Acusados de tentar matar Moro são assassinados na prisão

Janeferson Aparecido Mariano Gomes e Reginaldo Oliveira de Sousa foram mortos à facadas em Presidente Venceslau

Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP)
Foto: Reprodução/TV Fronteira
Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (SP)

Na tarde de segunda-feira (17), dois presos acusados de integrar um plano criminoso para  sequestrar e matar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e outras autoridades de segurança pública no Brasil foram assassinados a facadas na Penitenciária Maurício Henrique Guimarães Pereira, conhecida como P2, em Presidente Venceslau (SP).

Os detentos, Janeferson Aparecido Mariano Gomes, também conhecido como Nefo, e Reginaldo Oliveira de Sousa, apelidado de Rê, ambos com 48 anos, haviam sido presos em março de 2023 durante a Operação Sequaz, que investigou o plano elaborado pela facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) contra agentes públicos.

Após as execuções, três suspeitos se entregaram e assumiram a autoria dos assassinatos. A motivação para as execuções ainda não foi esclarecida, e a Polícia Civil está investigando os casos. A Polícia Científica também compareceu ao presídio para realizar a perícia no local dos crimes.

Segundo informações do promotor de Justiça Lincoln Gakiya, membro do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP) e uma das autoridades visadas no plano criminoso, as execuções de Nefo e Rê ocorreram após o almoço, durante o período de banho de sol na P2.

Nefo foi atacado e morto a facadas no banheiro do presídio, enquanto Rê sofreu o mesmo destino no pátio da unidade. Os três suspeitos se entregaram e confessaram a autoria dos assassinatos.

A Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP-SP),informou que irá isolar os três detentos que assumiram a autoria do crime.

Entenda o caso

A Polícia Federal deflagrou em março do ano passado a Operação Sequaz, que investiga um grupo suspeito de planejar matar e sequestrar autoridades, segundo o então ministro da Justiça, Flávio Dino. 

Após a divulgação da ação policial, o senador Sergio Moro (União Brasil) afirmou, por meio de sua assessoria, que era um dos alvos dos criminosos. 

"Sobre os planos de retaliação contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do senado. Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e trabalho realizado", escreveu Moro.

Nove pessoas foram presas. Oito tiveram o nome divulgado:

  • Janeferson Aparecido Mariano;
  • Patrick Uelinton Salomão;
  • Valter Lima Nascimento;
  • Reginaldo Oliveira de Sousa;
  • Sidney Rodrigo Aparecido Piovesan;
  • Claudinei Gomes Carias;
  • Herick da Silva Soares;
  • Franklin da Silva Correa.

Além de Sergio Moro, o promotor de Justiça de São Paulo, Lincoln Gakiya, também estava entre os alvos da facção. Ambos atuaram nas transferências de chefes de facções, como Marcos Camacho (o Marcola), para presídios federais. No entanto, ainda não se sabe publicamente quais outras autoridades eram alvos.

De acordo com a PF, os criminosos planejavam atentados contra servidores e agentes públicos em cinco estados: Rondônia, Paraná, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

A Operação Sequaz expediu 24 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão nos estados de São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul e no Distrito Federal. Foram sete mandados de prisão preventiva (três em Sumaré) e quatro mandados de prisão temporária contra suspeitos (incluindo um no Guarujá e outro em Presidente Prudente).