Os desastres naturais provocados chuvas ou seca em excesso deixam um custo bilionário, não apenas para quem para as vítimas da tragédia, mas para o país todo. Segundo o governo federal, o Brasil perdeu R$ 485 bilhões nos últimos 11 anos.
O valor se refere as perdas nacionais entre 2012 e 2023 e estão disponíveis no Atlas de Desastres, organizado pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
A quantia bilionária representa prejuízos públicos e privados com a destruição de escolas, hospitais, estradas, empresas e perdas agrícolas.
Prejuízo e prevenção
Segundo o Ministério do Desenvolvimento Regional, de 2011 a 2023, foram investidos R$ 21,79 bilhões para a prevenção dessas destruições. No entanto, o valor gasto com os prejuízos foi de R$ 485 bilhões.
- R$ 41,90 bilhões foram para infraestrutura e atendimento emergencial;
- R$ 68,18 bilhões foram para as pessoas afetadas com moradias e bens
- R$ 375 bilhões foram para as empresas e comércios prejudicados
De acordo com um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU), o gasto com "Gestão de Riscos e Desastres" (junção das despesas) entre 2014 e 2023 foi de R$ 15,7 bilhões . Desse total, apenas 36% foram designados à prevenção (R$ 4 bi).
Apesar do aumento de desastres ao longo dos anos, os gastos vêm caindo. Em 2014, o governo repassou R$ 2,8 bilhões para Gestão de Riscos e Desastres, contra R$ 1,7 bilhão no ano seguinte.
Os menores fundos foram registrados durante o governo Bolsonaro. Em 2021, o ministério só desembolou R$ 914 milhões. No primeiro ano do terceiro governo Lula, em 2023, o valor chegou a R$ 1,3 bilhão.
Os gastos de 2024 ainda não foram fechados porque o ano ainda não se encerrou, contudo, o governo reservou uma verba de R$ 2,6 bilhões para esse período. Esse é a maior quantia desde 2015, quando a União reservou R$ 2,9 bilhões e repassou R$ 1,7 bilhão.
O que dizem as autoridades?
O Ministério do Desenvolvimento Regional, de onde sai o maior valor para a proteção aos desastres, não deu resposta à reportagem.
O governo do Rio Grande do Sul, onde acontece uma tragédia por causa das chuvas que afetam mais de 2,3 milhões de pessoas e 461 dos 496 municípios, afirmou ao g1 que apenas 54% das cidades têm um plano de contingenciamento, ou seja, tem uma estrutura em caso de desastres.
Na região metropolitana de Porto Alegre, capital gaúcha, foram investidos R$ 25 milhões no serviço de monitoramento de desastres. Após a tragédia, o Grupo de Avaliação do Movimento de Massa do Rio Grande do Sul (Gamma) foi criado, com o objetivo os locais com risco de deslizamento, começando pelo Vale do Taquari.
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) confirmou ap g1 que atualmente apenas 45 cidades no Rio Grande do Sul são monitoradas pelo Cemaden, mas estão previstos investimentos para ampliar esse número para 57. O estado possui um total de 479 municípios.
Além disso, a pasta disse que monitora 1.132 municípios em todo o país, abrangendo uma população de 120 milhões de pessoas.
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