Guaíba fica abaixo de 5 m, mas capital seguirá inundada por 10 dias

Famílias aproveitam a baixa em Porto Alegre para voltarem às suas casas e fazerem a limpeza

Equipes de limpeza atuam em áreas de Porto Alegre em que a água baixou
Foto: Reprodução: César Lopes/ PMPA
Equipes de limpeza atuam em áreas de Porto Alegre em que a água baixou

O lago Guaíba, em Porto Alegre , baixou nesta madrugada (16) para 4,98 metros, após chegar a 5,25 durante a terça-feira (14). A água ainda recuou em algumas ruas da capital gaúcha. A aferição foi divulgada no painel de monitoramento da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) no Cais Mauá às 6h desta quinta-feira.

Apesar disso, a capital gaúcha deve seguir inundada por pelo menos mais 10 dias, de acordo com estimativas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Segundo a previsão, o nível do Guaíba deve descer a 4 metros na próxima semana, mas se manterá acima da cota de inundação (3 metros) até pelo menos o dia 25.

Na noite de terça-feira (13), a Prefeitura de Guaíba, cidade que fica às margens do lago, pediu para que os moradores evacuassem os bairros. As áreas de Cohab-Santa Rita e Ipê foram comunicadas com urgência.

Volta pra casa

Após a baixa do Guaíba, alguns moradores começaram a retornar para limpar suas casas. A prefeitura de Porto Alegre também já começou a se organizar para a limpeza da cidade.

Os primeiros trabalhos serão nos 21 bairros mais atingidos pela enchente. Haverá raspagem e remoção de terra e lodo, lavagem de ruas e avenidas, além do recolhimento de entulhos, como móveis destruídos pelas águas.

Conforme as águas forem baixando, 20 equipes vão trabalhar na limpeza. Cada uma terá 25 operários, duas retroescavadeiras, três pás carregadeiras e oito caminhões para retirada de detritos. Vassouras mecânicas, hidrojatos e caminhões-pipa também serão utilizados.

"Nossa prioridade agora é limpar as vias e dar acesso às pessoas", disse o secretário municipal de Serviços Urbanos, Assis Arroyo, à Folha de São Paulo. Segundo ele, a área mais prejudica está na zona norte da cidade, um local de "população densa e área muito alagada".

Maior pico

O recorde histórico do lago foi de 5,33 metros no dia 5 de maio. A previsão, segundo especialistas da hidrologia do RS, é de que as águas poderiam ultrapassar essa marca, chegando a 5,4 metros nesta semana. O pico anterior era da enchente de 1941, quando chegou aos 4,76 metros.

A cidade de Porto Alegre foi bastante inundada por conta da cheia do Guaíba. Até esta quarta-feira (15), o aeroporto e a rodoviária seguiam sem funcionamento por conta das enchentes. Casas e comércios também seguem alagados.

Além do lago Guaíba, outros oito pontos de medição em rios e lagoas monitorados pela Defesa Civil ultrapassaram a cota de inundação, segundo informações do Departamento de Gestão de Recursos Hídricos e Saneamento (DRHS) da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais (SEMA) do Rio Grande do Sul.

Chuvas na região

Segundo a meteorologista Cátia Valente, da Sala de Situação do Rio Grande do Sul, o estado deverá receber mais chuvas entre esta quinta (16) e sexta-feira (17). “A chuva retorna, vindo pelo noroeste e norte gaúcho, passa pelo centro e vai até a região nordeste. Ou seja, em todas essas áreas, as chuvas retornam a partir da tarde. Os volumes variam de 20 a 40 milímetros ao longo desta quinta-feira”, diz a previsão.

Rio Grande do Sul

De acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil,  o Rio Grande do Sul registra 151 mortes, 104 desaparecidos e 806 pessoas feridas.  No total, 458 dos 496 municípios do estado enfrentaram algum tipo de problema, afetando mais de 2 milhões de pessoas.

A previsão indica uma  queda na temperatura devido a uma frente fria avançando de Santa Catarina para o Rio Grande do Sul. Rajadas de vento são esperadas, o que pode dificultar o escoamento da água.


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