A comitiva que o presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva levou até o Rio Grande do Sul para acompanhar os resgates de vítimas da tragédia já está articulando as negociações de ajuda à região. A comitiva conta com lideranças do Congresso, Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal de Contas da União (TCU).
A comitiva foi composta por Lula (PT), e os presidentes do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), da Câmara, Arthur Lira (PP-AL); vice-presidente do STF, Luiz Edson Fachin, e do presidente do TCU, Bruno Dantas.
Após visitar Canoas e Porto Alegre , o grupo encontrou o governador Eduardo Leite (PSDB) e com prefeitos. Em declaração à imprensa após a reunião, Leite pediu flexibilização na lei fiscal.
"As autoridades públicas aqui precisam ver e perceber, presidente Lira, presidente Pacheco, [...] a máquina pública está sufocada com essa situação e não vai conseguir dar respostas se nós não endereçarmos ações excepcionais também do ponto de vista fiscal”, declarou.
Lira acredita que os deputados precisam elaborar uma medida “totalmente extraordinária” para garantir que o Rio Grande do Sul consiga apoio financeiro: "Eu penso, presidente Pacheco, que a nossa responsabilidade essa semana será de perseverança, de discussão e de rumo para que a gente ali elabore uma medida totalmente extraordinária", disse o presidente da Câmara, afirmou o deputado.
Pacheco comparou a situação com cenário de guerra e pediu para que a burocracia não entre em questão nas próximas semanas.
"Nós estamos numa guerra e, numa guerra de fato, presidente Lula, eu sei que é o seu sentimento, não há limitações, não há restrições legais de tempos comuns. Há necessidade de retirar da prateleira e da mesa a burocracia, as travas e as limitações para que nada falte ao Rio Grande do Sul para a sua reconstrução. Fizemos isso na pandemia com muita altivez no âmbito do Congresso Nacional com proposta de emenda à constituição que apelidamos de PEC da Guerra, com inúmeras medidas legislativas excepcionais", declarou o líder do Senado.
Fachin declarou que existe a possibilidade de um regime jurídico transitório pensando em facilitar a tomada de decisões que auxiliem a reconstrução do Rio Grande do Sul.
O presidente do TCU, Bruno Dantas, informou que os técnicos do órgão estão à disposição e que os temas relacionados à tragédia serão prioridade do TCU. Além disso, informou que momentos excepcionais devem utilizar regras flexíveis para que os cidadãos sejam protegidos.