Desvios no SUS: PF investiga esquema que pode ter lavado R$ 1,7 bilhão

Operação Plenitude foi deflagrada nesta terça-feira (30); principal suspeita é empresa que prestava serviços ao poder público do Pará a aproximadamente 10 anos

Foto: Divulgação / Controladoria Geral da União - 30/04/2024
O Pará é um dos estados com os piores índices de saneamento básico e coleta direta ou indireta de lixo

A Polícia Federal (PF) e a  Controladoria-Geral da União (CGU) , deflagraram nesta terça-feira (30) a Operação Plenitude. O objetivo é apurar crimes relacionados a lavagem de dinheiro e  desvio de recursos públicos no Pará.

A principal empresa envolvida na investigação atua no estado prestando serviços de engenharia sanitária e rodoviária para órgãos públicos, sendo um dos maiores credores de entes públicos no estado.

Durante a operação, foram cumpridos 46 mandados de busca e apreensão, além do bloqueio de ativos da ordem de R$ 1,7 bilhão. As buscas acontecem nos municípios paraenses de Belém, Benevides, Parauapebas, Ananindeua, Santa Maria do Pará e São Miguel do Guamá, além de Barueri (SP).

Investigações

A investigação foi iniciada pela Polícia Federal a partir da suspeita de lavagem de dinheiro com fortes elementos de desvio de recursos públicos, indicando a atuação de uma organização criminosa formada por pessoas físicas, incluindo servidores públicos, que utilizavam uma rede de empresas com indicativo de serem de fachada.

As movimentações de quase R$ 2 bilhões, feitas pela principal suspeita da investiação e que chamaram a atenção das autoridades, aconteceram entre 2017 e 2022. 

Por meio de trabalho realizado pela CGU, foi identificado licitações e contratos financiados com recursos federais, sobretudo da área da saúde, nos quais foi detectada potencial restrição da competitividade e habilitação irregular da vencedora.

Esses recursos públicos incluem valores que deveriam ser destinados às áreas da saúde, saneamento e limpeza urbana.