O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem até o fim do dia desta quarta-feira (27) para explicar por que passou duas noites na embaixada da Hungria em Brasília. Na segunda-feira (25), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deu um prazo de 48 horas para que Bolsonaro apresente essas explicações.
Até a noite de terça-feira (26), a defesa do ex-presidente ainda não havia se manifestado ao Supremo. A Polícia Federal vai investigar qual foi a intenção de Bolsonaro ao passar dois dias no local, após ter seu passaporte apreendido durante a Operação Tempus Veritatis, que apura uma tentativa de golpe de Estado. Ele chegou ao local em 12 de fevereiro e saiu em 14 de fevereiro.
A passagem pela embaixada foi revelada por imagens de câmera de segurança obtidas pelo jornal americano "The New York Times", e foi iniciada cerca de uma hora depois de convocar apoiadores para uma manifestação na Avenida Paulista em 25 de fevereiro.
Alvo de investigações por supostas tramas golpistas, desvio de joias do acervo presidencial e fraude em cartões de vacina, Bolsonaro não poderia ser preso dentro de uma embaixada estrangeira, protegida por convenções internacionais.
Bolsonaro esteve na Embaixada da Hungria no Brasil em fevereiro deste ano, acompanhado por seguranças e membros da equipe diplomática, quatro dias após ter o passaporte confiscado pela Polícia Federal. Sua defesa alega que ele estava mantendo contatos com autoridades do país amigo, incluindo o primeiro-ministro.
Bolsonaro e o premier húngaro, Viktor Orbán, têm um relacionamento próximo há anos. O ex-presidente chamou Orbán de “irmão” durante uma visita à Hungria em 2022, e naquele ano, o ministro das Relações Exteriores húngaro ofereceu ajuda ao governo brasileiro para reeleger Bolsonaro.
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