O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criticou as declarações de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparando os ataques de Israel na Faixa de Gaza às mortes no Holocausto, chamando-as de "criminosas". Durante uma entrevista à rádio CBN Recife nesta quarta-feira (21) de manhã, Bolsonaro também afirmou que o atual chefe do Executivo demonstra "desconhecimento do que foi o Holocausto".
"Uma fala criminosa, não só infeliz, mas criminosa, que ofendeu não apenas os judeus, a humanidade também. Não existe comparar o exército de Israel com nazistas", declarou Bolsonaro.
A declaração de Bolsonaro se junta à pressão exercida por parlamentares bolsonaristas após o comentário feito por Lula no fim de semana a jornalistas em Adis Abeba, na Etiópia.
"O que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando Hitler resolveu matar os judeus", afirmou Lula no domingo (18).
Oposicionistas rapidamente propuseram um pedido de impeachment, que também encontrou apoio entre membros de partidos que fazem parte do governo. Até a manhã desta quarta-feira, pelo menos 38 deputados de União Brasil, PP, Republicanos e PSD haviam assinado o documento. Apesar de pertencerem a partidos com representação no governo, com oito ministérios, esses parlamentares votam em sintonia com a oposição em diversas ocasiões.
O deputado Kim Kataguiri (União-SP) apresentou uma moção de repúdio ao presidente, sendo apoiado pela oposição. O deputado Marcel van Hatten (Novo-RS) anunciou que seu partido tomará medidas legais, levando o caso à Procuradoria-Geral da República (PGR).