Paulo Pimenta, ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, respondeu às críticas dirigidas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que comparou os ataques de Israel ao Hamas à política nazista da Alemanha, que resultou na morte de judeus por ordens de Adolf Hitler. O presidente recebeu críticas de políticos, organizações da sociedade civil e autoridades estrangeiras.
“O ministro da Defesa de Israel [Yoav Gallant] divulga uma fake news. O Brasil sempre, desde 7 de outubro, condenou os ataques terroristas do Hamas em todos os fóruns”, escreveu Pimenta em seu perfil no X (ex-Twitter) neste domingo (18).
O ministro da defesa de Israel divulga uma fake news. O Brasil sempre, desde 7 de outubro, condenou os ataques terrorista do Hamas em todos os fóruns. Nossa solidariedade é com a população civil de Gaza, que está sofrendo por atos que não cometeram. Já são mais de 10 mil…
— Paulo Pimenta (@Pimenta13Br) February 18, 2024
O Planalto emitiu uma declaração sobre o incidente, afirmando que Lula "condenou os atos terroristas do Hamas desde o dia 7 de outubro" e que ele "se opõe a uma resposta desproporcional" das forças de Israel.
Tanto o ministro Pimenta quanto a nota da Secom em defesa de Lula cometem um erro formal. No dia em que o Hamas atacou Israel por mar, terra e ar em 7 de outubro de 2023, embora o grupo extremista tenha assumido a responsabilidade pelo episódio, Lula evitou mencionar o nome dessa facção.
No primeiro dia, o petista condenou os "ataques terroristas" e criticou a ação, mas não fez menção ao grupo Hamas. Aqui está o que Lula disse:
“O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU. Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados”, publicou em seu perfil no X.
Em 23 de janeiro, o governo, por meio de um comunicado do Ministério das Relações Exteriores, declarou que apenas um cessar-fogo na Faixa de Gaza poderia deter a escalada de hostilidades na região do Oriente Médio. Também destacou a necessidade de retomar as negociações para estabelecer um Estado palestino ao lado de Israel.