PF pede investigação contra Nikolas Ferreira por chamar Lula de ladrão

STF vai julgar se fala do deputado na ONU valem abertura de inquérito

Em setembro, Nikolas Ferreira virou réu por transfobia em processo sobre a publicação de um vídeo nas redes sociais em 2022.
Foto: Reprodução: Flipar
Em setembro, Nikolas Ferreira virou réu por transfobia em processo sobre a publicação de um vídeo nas redes sociais em 2022.

A Polícia Federal (PF) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito com base em uma declaração feita pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Durante um discurso na Cúpula Transatlântica, evento da ONU em novembro de 2023, o deputado chamou Lula de "ladrão".

O pedido de investigação sobre um suposto crime de injúria será analisado pelo ministro do STF Luiz Fux. Durante o discurso, Nikolas referiu-se ao presidente como "um ladrão que deveria estar na prisão".

Conforme o Código Penal, quando um suposto crime de injúria é cometido contra o presidente da República, cabe ao Ministério solicitar a apuração. O pedido foi encaminhado no início de janeiro ao diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, por Ricardo Cappelli, que atuou no Ministério da Justiça como secretário-executivo da pasta.

Em 20 de novembro, Lula enviou ao Ministério da Justiça o vídeo do discurso de Nikolas, solicitando a investigação contra o parlamentar.

O que aconteceu

Em novembro do ano passado, durante uma visita a Nova York, nos Estados Unidos, Ferreira participou como "liderança jovem" da Cúpula Transatlântica, realizada no prédio das Nações Unidas. O evento, organizado por movimentos conservadores, tinha como proposta "afirmar os Direitos Humanos Universais - Unir as Culturas pela Vida, pela Família e pela Liberdade".

Neste contexto, Nikolas Ferreira usou sua participação para atacar Lula (PT), a quem chamou de "ladrão", o Supremo Tribunal Federal (STF) e atores ativistas como o americano Leonardo Di Caprio, que, nas eleições do ano passado, engajou-se na campanha do atual presidente sob o discurso de proteção da Floresta Amazônica.

"Educação que ensina e não doutrina. Novos juízes que vão honrar o magistério e fazer justiça. E não como alguns do Supremo Tribunal Federal que traíram o povo brasileiro e perseguiu seus oponentes político", disse, em ataque à Suprema Corte.