O Governo Federal anunciou, nesta quinta-feira (1º), a criação de um Centro de Operações de Emergências (COE Arboviroses) para combater a dengue, principalmente, e outras doenças transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti.
Segundo dados do governo, em 2024 o Brasil registrou 217.481 casos prováveis de dengue, sendo 51.448 casos na semana epidemiológica 1 (de 31/12 a 6/1); 62.665 na semana 2 (de 7 a 13/1); 71.779 casos prováveis de dengue na semana 3 (de 14 a 20/1); e 31.589 casos na semana epidemiológica 4 (21 a 27/4).
O objetivo, segundo a ministra da Saúde, Nísia Trindade, é atuar de forma mais ágil para organizar o sistema de saúde e ações de vigilância sanitária de forma coordenada com estados e municípios.
“É uma mensagem de mobilização nacional. De um Brasil unido contra a dengue. Um chamamento público para a união de todo o país neste momento para proteger a população e prevenir, pois sabemos que mais de 75% dos focos do mosquito se encontram nas casas”, explicou a ministra.
O governo vem acompanhando o cenário da dengue no Brasil desde setembro de 2023 por meio de uma sala de situação, para entender cenários e planejar ações com base na ciência e apoio da tecnologia.
“A nossa atenção para um acompanhamento nacional é fundamental. A dengue é uma doença para a qual o Sistema Único de Saúde (SUS) pode operar de forma eficiente e evitar mortes, essa tem de ser a nossa tônica nesse momento. O COE reforça a nossa capacidade de mobilização, não só das ações de vigilância, mas da rede de atenção. Também reforça a presença de outros ministérios, como no caso do combate à questão de focos em pneus, terrenos abandonados, então isso requer uma grande mobilização. O COE significa um estágio de mais estruturação para situações de emergência e para nos antecipar a locais em que novas emergências possam surgir", resumiu a ministra.
Vacina contra dengue
A ministra enfatizou o pioneirismo do Brasil na aquisição de vacinas para o sistema público de saúde, mas ressaltou que o imunizante precisa ser encarado como uma esperança de melhora, uma ferramenta de enfrentamento à doença, e não uma resposta completa à atual situação de crise.
Ainda há limitações da quantidade de imunizantes produzidos pelo fabricante, o que impede, por hora, a oferta ampla das vacinas em todo o país. Além disso, a Qdenga (nome da vacina) não atende o público com mais de 60 anos, que é uma das faixas da população com maior risco de agravamento da doença.
A primeira remessa com cerca de 757 mil doses chegou ao Brasil em 20 de janeiro. Esse lote é parte de um total de 1,32 milhão de doses fornecidas pela farmacêutica que produz a vacina. Outra remessa, com mais de 568 mil doses, tem entrega prevista para fevereiro.
“A vacina é nossa esperança para um futuro sem dengue, mas hoje não é o instrumento de maior impacto. Temos que, principalmente, prevenir e cuidar: fazer o controle dos focos do mosquito em nossas casas e cuidar de quem adoece. Contamos com todas e todos nessa campanha”, afirmou Nísia.
A vacina será aplicada na população de regiões endêmicas, em 521 municípios, a partir deste mês. O processo foi organizado com órgãos representantes das Secretarias de Saúde dos estados e municípios - seguindo as recomendações da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI) e da Organização Mundial de Saúde (OMS).