Com a exoneração de Alessandro Moretti do cargo de diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nesta terça-feira (30), um novo nome foi escolhido para o cargo: Marco Cepik, atual diretor da Escola de Inteligência da Abin. A mudança foi assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e publicada no Diário Oficial.
A troca de diretor-adjunto ocorre em meio a investigações da Polícia Federal (PF) sobre um suposto esquema de monitoramento ilegal de autoridades por meio da Abin durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Marco Cepik é formado em Ciência Política e leciona na Universidade Federal do Rio Grande do Sul desde 1995. Considerado uns dos maiores estudiosos sobre inteligência no Brasil, ele escreveu vários livros sobre o tema - em 2003, publicou seu livro “Espionagem e democracia”, que retrata a evolução das organizações modernas de inteligência até a formação de complexos sistemas de espionagem.
Além disso, ele foi um dos autores das propostas ao grupo de transição que moldaram a atual configuração da Abin. Cepik foi um dos defensores da desmilitarização da agência e subordinação à Casa Civil da Presidência, chefiada hoje pelo ministro Rui Costa (PT). Antes, a Abin estava sob o controle do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Entre 2011 e 2021, Cepik também atuou como diretor-executivo do Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (CEGOV) em Porto Alegre (RS).