Abin diz ser a 'maior interessada' em apuração da PF sobre espionagem

Em nota, a Agência Brasileira de Inteligência afirmou que colabora com inquéritos da PF e do STF sobre eventuais irregularidades cometidas

Agência brasileira de inteligência
Foto: Reprodução/TV Globo - 03.03.2023
Agência brasileira de inteligência

Em nota divulgada nesta sexta-feira (26), a atual gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) afirmou que tem colaborado, há 10 meses, com os inquéritos da Polícia Federal (PF) e do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre  "eventuais irregularidades" cometidas a partir do uso de uma ferramenta de geolocalização da agência entre 2019 e 2021, e que é "a maior interessada" na apuração do caso.

"Há 10 meses a atual gestão da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vem colaborando com inquéritos da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal sobre eventuais irregularidades cometidas no período de uso de ferramenta de geolocalização, de 2019 a 2021. A Abin é a maior interessada na apuração rigorosa dos fatos e continuará colaborando com as investigações", disse a Abin no comunicado.

No total, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão. Ao menos sete policiais federais são investigados na ação. A Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef) emitiu comunicado em que afirma estar acompanhando os desdobramentos da operação.

"Os policiais federais, que são mais de 14 mil homens e mulheres, que servem ou serviram ao país, são profissionais dedicados e comprometidos com suas atribuições constitucionais e legais. Atuam com autonomia e independência e têm prestado relevantes serviços à sociedade brasileira, especialmente no que se refere à segurança pública e ao enfrentamento à corrupção e, em sendo comprovada a prática de qualquer tipo de ilicitude, que seja aplicada a Justiça", diz trecho da nota.

Operação Vigilância Aproximada

Nesta quinta-feira (25), a Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Vigilância Aproximada, que apura se a Abin foi "instrumentalizada" para espionar autoridades e pessoas envolvidas em investigações, além de desafetos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O deputado federal Alexandre Ramagem  (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin, é um dos alvos da PF. De acordo com as investigações, esse monitoramento era realizado pelo uso do software "First Mile", ferramenta de geolocalização que permite identificar as movimentações de pessoas por meio dos celulares delas.