Alvo de operação da PF por suspeita de espionar autoridades, utilizando a estrutura da Abin para proteger os filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ), que era diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro, se negou a prestar o depoimento que estava marcado para às 11h, na sede da Polícia Federal, em Brasília.
Nesta quinta-feira (25), a assessoria de imprensa de Ramagem avisou aos investigadores que só comparecerá quando tiver acesso ao material do inquérito.
Segundo a investigação, Ramagem montou uma estrutura paralela na Abin e invadiu os celulares de autoridades para favorecer a família Bolsonaro, protegendo dois de seus filhos: Jair Renan Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro.
Entre as pessoas supostamente monitoradas pela organização criminosa, estariam o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, a ex-deputada Joice Hasselmann e os ministros do STF Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.
Flávio Bolsonaro teria recebido informações sobre funcionários da Receita Federal, na época em que ele era investigado por suspeita de rachadinha em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerjquando era deputado estadual no Rio de Janeiro.
O senador chamou a ilação de absurda. "É mentira que a Abin tenha me favorecido de alguma forma, em qualquer situação, durante meus 42 anos de vida. Isso é um completo absurdo."
Já Jair Renan teria recebido orientações sobre uma investigação que o investigava por ter relações com empresas que buscavam contratos com o governo federal (lobby).