Quem é Carlos Jordy, deputado líder da oposição investigado pela PF

Jordy foi alvo de busca e apreensão no âmbito da Operação Lesa Pátria, que apura o envolvimento com atos golpistas de 8 de janeiro

Foto: Câmara dos Deputados
Deputado federal Carlos Jordy (PSL-RJ)


A Polícia Federal cumpre, na manhã desta quinta-feira (18), 10 mandados de busca e apreensão em Brasília, e outros oito no Rio de Janeiro, no âmbito da Operação Lesa Pátria, que investiga os responsáveis por organizar e financiar a tentativa de golpe de estado frustrada em 8 de janeiro de 2023. Um dos principais alvos é o deputado federal e líder da bancada de oposição na Câmara, Carlos Jordy (PL-RJ).

Segundo a PF, o parlamentar do partido de Jair Bolsonaro é um dos investigados pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa e incitação ao crime.

A Polícia realizou buscas no gabinete do parlamentar, que é pré-candidato à Prefeitura de Niterói-RJ nas eleições deste ano. Bolsonarista, Carlos Jordy frequentemente compartilha postagens contra o governo Lula e o Supremo Tribunal Federal (STF) nas redes sociais. 


Antes de ser deputado, Carlos Jordy foi vereador de Niterói, eleito com 2.388 votos. Dois anos depois, deixou o mandato de vereador e conseguiu um lugar na Câmara dos Deputados em 2018, com 204.048 votos. Em 2022, ele foi reeleito.

Há cerca de um ano, Carlos Jordy foi alvo de um pedido de suspensão de sua posse como parlamentar na Câmara. O pedido, negado pelo ministro Alexandre de Moraes, partiu do Grupo Prerrogativas — coletivo de advogados que entrou com uma ação por entender que Jordy e outros 10 parlamentares teriam incitado os ataques de 8 de janeiro por meio das redes sociais. 

Após a deflagração da mais recente fase da Lesa Pátria, Carlos Jordy se pronunciou nas redes sociais, chamando a busca e apreensão de “autoritária, sem fundamento sem indício algum, que somente visa perseguir, intimidar e criar narrativa às vésperas de eleição municipal". 

“Eles tavam buscando arma, celular, tablet. Tentaram buscar coisas que pudessem me incriminar, não acharam nada. Eu não sabia o que realmente era (a operação) até ter acesso a todas as notícias que estão circulando falando do 8 de janeiro."

O deputado afirmou ainda que a realização das buscas é “a prova de que estamos vivendo uma ditadura”, e que não teve nenhuma ligação com o que aconteceu em Brasília em 8 de janeiro de 2023. 

“Em momento algum do 8 de janeiro eu incitei, ou falei para as pessoas que aquilo era correto. Pelo contrário. Em momento algum estive nos quartéis generais quando estavam acontecendo aqueles acampamentos”, disse o parlamentar.