O senador Sérgio Moro (União-PR) e o ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo-PR), cassado por fraude contra a Lei da Ficha Limpa, ironizaram a nomeação do ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski para o Ministério da Justiça.
Lewandowski foi anunciado oficialmente como novo ministro na quinta-feira (11), para assumir o lugar de Flávio Dino, que irá para o STF em fevereiro.
Fica então entendido que aceitar cargo em Ministério não é e nunca deveria ter sido causa de suspeição.
— Sergio Moro (@SF_Moro) January 11, 2024
A postagem de Moro é uma referência às críticas que ele sofreu ao assumir, em 2019, o cargo de ministro da Justiça no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), após decisões na Lava Jato que condenaram Lula e o tiraram das eleições de 2018.
As decisões de Moro, no entanto, foram revistas e anuladas pelo STF. Para a Corte, os casos não eram da competência da Vara Federal de Curitiba comandada por ele. Também julgaram que o então juiz federal foi parcial.
Durante o julgamento no Supremo em 2021 que considerou Moro suspeito, o ministro Ricardo Lewandowski afirmou que ficou demonstrada a “indisfarçada parcialidade de todos os atores institucionais que atuaram na condenação de Lula”.
Deltan Dallagnol, que foi um dos procuradores responsáveis pelas acusações contra Lula na Lava Jato, diz que Lewandowski beneficou Lula e o PT em decisões judiciais “que abriram o caminho para que Lula se livrasse das ações penais e condenações criminais”.
Lula indicou hoje Ricardo Lewandowski, ex-ministro do STF, para o cargo de ministro da Justiça, no lugar de Flávio Dino, que agora vai para o STF como o "ministro político" que Lula tanto queria.
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) January 11, 2024
Quando estava no STF, Lewandowski beneficiou Lula e o PT diretamente com decisões… pic.twitter.com/QlBHVkztVO
Após deixar o posto de procurador, Deltan Dallagnol entrou na política ao ser eleito deputado federal pelo Paraná. Em 2023, teve o mandato cassado.
Na época, o ex-procurador vinculou a cassação de sua candidatura a uma reação do “sistema corrupto” contra a atuação da força-tarefa. “Os principais atos de desmonte da Lava Jato começaram de 2019 para cá, com decisões do STF e do Congresso”, afirmou.