Na tarde de 31 de dezembro, um helicóptero com quatro pessoas desapareceu no litoral norte de São Paulo . A aeronave Robinson R44 decolou do Campo de Marte, na região norte da capital paulista, às 13h15 daquele domingo, com destino à Ilhabela. A partir das 15h10, não houve mais contato.
No helicóptero estavam o piloto Cassiano Tete Teodoro, Luciana Rodzewics, a filha dela, Letícia Ayumi Rodzewics Sakamoto e Rafael Torres, que convidou mãe e filha para um passeio bate-volta.
Últimos contatos
Através de mensagens enviadas por Letícia ao namorado, foi possível saber que eles realizaram um pouso de emergência antes de desaparecer . Isso porque o tempo, segundo a jovem, estava com muita neblina.
Nas mensagens ao namorado ela disse: "Tempo ruim. Não dá para passar. Medo”.
Em seguida, Letícia envia uma foto dizendo que eles realizaram um pouso de emergência em uma área de mata. O namorado então pergunta onde eles estavam e ela responde: “Sei lá, estou parada no meio do mato”.
Por fim, a jovem afirma que eles estavam tentando entrar em Ilhabela, mas iriam voltar para São Paulo.
Um outro contato foi feito por Rafael Torres, que avisou o filho às 14h25 que eles estavam indo para Ubatuba.
“Filho, eu vi que você leu minha mensagem agora. Acho que vou para Ubatuba porque Ilhabela está ruim, meu. Não consigo chegar”, disse Torres em mensagem.
Ainda, o celular da passageira Luciana emitiu sinais até o dia 1º, segundo informação do delegado Paulo Sérgio Pilz dada em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Band. Ele também foi questionado se a aeronave pode ter caído na água.
"Não podemos descartar nada, mas se o telefone da Luciana ficou funcionando até o dia 1, às 22h14, que estávamos monitorando, ele ficou fora da água. Na água ele não iria transmitir [sinal]", afirmou o delegado.
Área do pouso de emergência foi localizada
O local da foto do pouso de emergência que Letícia enviou ao namorado foi encontrado pela Polícia Civil . A área fica em Paraibuna (SP), ao lado de uma represa. Contudo, nenhum vestígio da aeronave ou das quatro pessoas foi descoberto.
Segundo a Polícia Civil, o local já fazia parte do raio de buscas e não altera a rota da operação. Ainda, foi instalada uma base em Paraibuna. Eles utilizam monitores, rádios comunicadores e drones.
A operação de busca
A Polícia Militar (PM) e a Força Área Brasileira (FAB) iniciaram buscas pela aeronave na região do litoral norte de São Paulo na segunda-feira (1º).
Eles estão sendo procurados em seis cidades: Paraibuna, Caraguatatuba, Salesópolis, Natividade da Serra, Redenção da Serra e São Luiz do Paraitinga.
As buscas são realizadas pelo Esquadrão Pelicano da FAB, que utiliza o avião SC-105 Amazonas com 15 tripulantes. A aeronave é equipada com um radar que possui alcance de até 360 quilômetros.
No último sábado (6), a Força Aérea incluiu também o helicóptero H-60 Black Hawk, do Quinto Esquadrão do Oitavo Grupo de Aviação (5º/8º GAV) - Esquadrão Pantera, com nove tripulantes nas buscas pela aeronave desaparecida.
Dificuldades
O major Joscilênio Fernandes, da PM paulista, afirmou à CNN que a operação é “como procurar uma agulha no palheiro”.
Fernandes diz que a maior dificuldade na operação está nas condições climáticas, que já é difícil por ser uma região montanhosa.
“O helicóptero é cinza, e se ele tiver debaixo das árvores, uma vegetação espessa, fica muito mais difícil o trabalho visual, por mais que a gente seja treinado para isso e estejamos voando baixo”, diz o major.
Já foram mais 47 horas de buscas, segundo a FAB. A área total a ser investigada é de cinco mil quilômetros quadrados.