O presidente Lula (PT) disse hoje que, se necessário, pode aumentar a dívida pública para viabilizar os investimentos e, consequentemente, o crescimento do país. A fala aconteceu durante o segundo encontro do Conselhão hoje (12) no Planalto.
O presidente tem insistido que 2024 será um ano de investimentos, mesmo em meio ao debate de meta fiscal de déficit zero e com dispositivos do novo arcabouço fiscal. De olho no Novo Plano de Aceleraçao do Crescimento (PAC), já deu aval para os ministros serem "bons gastadores", sem deixar dinheiro no caixa, com intuito de a economia girar.
Durante o encontro, Lula voltou a criticar os discursos anti-investimentos, que ele se recusa a chamar de "gastos". Segundo o presidente, historicamente os governos costumam dizer que tudo é "muito caro" e, portanto, não pode ser feito.
"É decisão política, não é decisão de mercado. Não é apenas uma questão fiscal, é a gente neste conselho discutir que país a gente quer [...] para a próxima década. Porque, se for necessário fazer um endividamento para esse país crescer, qual é o problema? Qual é o problema de você fazer uma dívida para produzir ativos para este país?"
Ministério da Fazenda
As declarações de Lula não estão totalmente desalinhadas ao ministro Fernando Haddad, mas causa preocupação no Ministério da Fazenda.
A equipe econômica tem interado a importância sobre déficit zero e busca tentar apertar os cintos da máquina pública. Na visão de Haddad, só é possível haver mais gastos (ou investimentos) se houver mais arrecadação.
O Projeto de Lei (PL) que taxa as apostas esportivas é uma das grandes tentativas do governo em aumentar a arrecadação de 2024. O texto base foi aprovado nesta terça-feira (12).