Assessores do ministro da Justiça, Flávio Dino, receberam Luciane Barbosa Farias, esposa do narcotraficante Clemilson dos Santos Farias, no prédio do Ministério.
Luciane é conhecida como “dama do tráfico amazonense” e já esteve em duas reuniões com secretários e diretores da pasta.
Segundo apuração do Estadão, o Ministério da Justiça admitiu que Luciane foi recebida por secretários sob a justificativa de que ela integrava uma comitiva de advogados. Luciane participou da audiência como presidente da Associação Instituto Liberdade do Amazonas (ILA). A ONG atua em prol dos presos ligados ao Comando Vermelho e, de acordo com a Polícia Civil, é financiada pelo tráfico.
Clemilson, marido de Luciane, é considerado o criminoso mais procurado pela polícia do Amazonas. Conhecido como Tio Patinhas, o homem foi preso por associação ao tráfico e organização criminosa e por lavagem de dinheiro. Tanto ele quanto Luciane foram condenados em segunda instância.
A pena de Tio Patinhas é de 31 anos de prisão, já Luciane foi condenada a 10 anos de prisão e recorre em liberdade.
Confira a íntegra da nota divulgada pela pasta:
"No dia 16 de março, a Secretaria de Assuntos Legislativos (SAL) atendeu solicitação de agenda da ANACRIM (Associação Nacional da Advocacia Criminal), com a presença de várias advogadas.
A cidadã mencionada no pedido de nota não foi a requerente da audiência, e sim uma entidade de advogados. A presença de acompanhantes é de responsabilidade exclusiva da entidade requerente e das advogadas que se apresentaram como suas dirigentes.
Por não se tratar de assunto da pasta, a ANACRIM, que solicitou a agenda, foi orientada a pedir reunião na Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).
A agenda na Senappen e da ANACRIM aconteceu no dia 2 de maio, quando foram apresentadas reivindicações da ANACRIM.
Não houve qualquer outro andamento do tema.
Sobre atuação do Setor de Inteligência, era impossível a detecção prévia da situação de uma acompanhante, uma vez que a solicitante da audiência era uma entidades de advogados, e não a cidadã mencionada no pedido de nota.
Todas as pessoas que entram no MJSP passam por cadastro na recepção e detector de metais."