Na última quinta-feira (9), aproximadamente cem moradores de uma ocupação protagonizaram um cordão humano para bloquear a entrada de usuários de drogas da Cracolândia nos arredores da Estação da Luz, um dos principais terminais de São Paulo.
A iniciativa foi uma resposta à chegada recorrente de dependentes químicos aos arredores da estação, refletindo a movimentação itinerante da Cracolândia por várias regiões do Centro de São Paulo nos últimos 20 meses.
Os moradores, liderados pelo Movimento de Moradia na Luta por Justiça, alegam que os usuários foram direcionados à região pela Guarda Civil Metropolitana.
Segundo relatos, a GCM teria orientado os dependentes a se deslocarem para a rua Mauá, onde ocorreu a manifestação, como parte de uma estratégia de transferir o problema de uma rua para outra.
Diante desse cenário, os moradores adotaram a medida de formar um cordão humano em uma estratégia de desespero para conter o avanço do fluxo de usuários. A ação foi pacífica, mas os cidadãos afirmam que, se necessário, repetirão o cordão humano.
Na quarta-feira anterior, usuários invadiram a Estação da Luz, causando tumulto e gerando preocupação entre comerciantes e passageiros. Os comerciantes da região reclamam da insegurança e da queda nas vendas devido à presença dos usuários.
Em resposta, a Secretaria da Segurança Pública destacou que as polícias Militar e Civil continuam atuando na requalificação das vias, combatendo o tráfico de drogas e mantendo a ordem.
O governo de São Paulo ressaltou ações preventivas e ostensivas na região ao longo do ano, resultando na prisão de mais de 2.500 criminosos na área.
A Prefeitura de São Paulo negou provocar a migração do fluxo e destacou a realização de ações diárias de abordagem e oferta de tratamento na região central.
A Guarda Civil Metropolitana intensificou o patrulhamento na área, contando com mais de 1.600 agentes, na tentativa de lidar com a complexidade do cenário da Cracolândia.