Após cinco dias, presidente da Enel pede desculpas pelo apagão em SP

Ele disse que a Enel 'está trabalhando para que tudo seja normalizado' ainda nesta quarta-feira (8)

Foto: Ilustração
Até o momento, cerca de 11 mil pessoas seguem sem energia elétrica


O presidente da Enel Distribuidora SP, Max Xavier Lins, finalmente pediu desculpas à população da Grande São Paulo, que desde sexta-feira (3) enfrenta problemas de abastecimento de energia elétrica causados por um temporal com ventania que derrubou diversas árvores. 

Em entrevista coletiva na sede da empresa, Max Xavier afirmou que “sente a dor” de quem está mais de 100 horas sem luz, e que a Enel "está trabalhando para que tudo seja normalizado" ainda nesta quarta-feira (8).

O prazo anteriormente estabelecido pela empresa, de restabelecer a normalidade do serviço até a terça-feira (7), não foi cumprido e até o presente momento, cerca de 11 mil pessoas estão sem energia. 

“Desde a minha 1ª entrevista, na segunda-feira, no Palácio dos Bandeirantes, fiz questão de me solidarizar com a população que está sem energia, com toda a sociedade. Não só o consumidor, o cliente, dependem da energia. (...) Estamos, sim, sentindo a dor [das pessoas sem energia], estamos solidários, estamos trabalhando e pedimos desculpas por isso”, afirmou o executivo.


Max Xavier disse ainda que por um pedido do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), as cinco distribuidoras de energia do estado, em conjunto com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), estão estudando a elaboração de um plano excepcional de ressarcimento às pessoas atingidas pela crise energética.

"Foi feito um apelo pelo governador para que se estudasse uma forma, em caráter excepcionalíssimo, de verificar a possibilidade de abranger isso [perdas da população] um pouco mais, sobretudo para aquelas populações de menor renda. Então, as cinco distribuidoras, sob coordenação da Aneel, vão debater para, em 30 dias, trazer aí o que é possível”, disse.

O presidente da empresa disse ainda que as distribuidoras são regulamentadas pelo Governo Federal, portanto “qualquer procedimento precisa emanar das regras” da agência de energia - no caso, a Aneel.

“Já existem três dispositivos para ressarcimento de danos, regulados pela Aneel, através da resolução 1.000. Um deles é voltado para ressarcimento de danos elétricos a equipamentos eletroeletrônicos. Ou seja, uma geladeira queimou, um forno de micro-ondas que queimou. Isso é do curso normal, a empresa tem que agir. Agora, qualquer outra resolução, seja em caráter ordinário, seja em caráter excepcional, precisa sair do comando regulatório, para que a gente possa dar vazão”, declarou Max.

O executivo da Enel defende ainda que a empresa já está reforçando os canais de atendimento para atender as pessoas que já quiserem procurar a companhia para pedir ressarcimento. Desde a sexta, a população se queixa de não conseguir se comunicar com a empresa para reclamar. 

“Qualquer cliente que tenha algum elemento que tenha sido danificado, ele entra com a solicitação. Nós estamos, inclusive, nossa área comercial, está agilizando esses canais, dada a excepcionalidade da situação. Até buscando antecipar prazos de recepção dessas demandas, para que a gente possa agilizar [o ressarcimento]”, declarou.