Durante coletiva de imprensa, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval Feitosa, disse, nessa segunda-feira (6), que não havia "previsão da extensão e da gravidade" das chuvas que deixaram milhões de pessoas sem energia por dias em São Paulo . Grande parte da população do estado sofreu com um apagão desde a última sexta-feira (3).
Na ocasião, Feitosa afirmou que a "atuação em conjunto" do governo, das distribuidoras de energia e dos demais órgãos ligados ao poder público é necessária para a retomada completa do abastecimento.
Ele disse que, no sábado (4), um dia após as chuvas, o órgão tomou conhecimento da gravidade da situação e começou a agir para viabilizar as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que foram aplicadas em todo o Brasil no último domingo (5).
O diretor-geral da agência ainda afirmou que, neste momento, todos os esforços estão sendo concentrados em retomar a energia nos pontos que o serviço ainda não foi restabelecido e, "no seu devido momento, apurar as responsabilidades e o que pode ser melhorado".
Ontem, o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes, afirmou que vai entrar na Justiça caso a concessionária Enel Distribuição São Paulo não restabeleça a energia elétrica de 100% da população da cidade até o final desta terça-feira (7) — data prevista para que o serviço voltasse a funcionar.
Nunes afirmou que a empresa assumiu um compromisso com a população de religar a energia até o final do dia de hoje. "Eu vou entrar na Justiça. Ele [Max Xavier Lins, diretor-presidente da Enel Distribuição São Paulo,] fez um compromisso público comigo. Isso tem valor de contrato", disse Nunes.
Cerca de 1,4 milhão de moradias chegaram a ficar sem energia na capital paulista em decorrência das chuvas e rajadas de vento que atingiram a cidade na última semana. De acordo com a Aneel, em todo o estado de São Paulo, o número de pessoas que ficaram sem luz foi de 3,7 milhões durante o fim de semana.
Depois disso, nessa segunda, a Enel foi notificada pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). Em resposta, a companhia alegou que esta foi a primeira vez que teve que lidar com um "acontecimento climático desse tamanho".