Petistas acionam STF contra bolsonaristas por associá-los ao Hamas

A ação pede que o Supremo cobre explicações a parlamentares do PL por ‘falsas denúncias’

Foto: Reprodução/Flipar
Parlamentares petistas cobram uma posição do STF sobre o que consideram 'calúnia'


O líder do PT na Câmara dos Deputados, Zeca Dirceu, e outros cinco parlamentares petistas acionaram o Supremo Tribunal Federal (STF) contra os deputados Júlia Zanatta (PL-SC) e Gustavo Gayer (PL-GO), por terem sugerido à Embaixada dos Estados Unidos a cassação dos vistos de políticos brasileiros que assinaram uma carta que se opunha à classificação do Hamas como um grupo terrorista em 2021.

Anteriormente, o deputado federal Ivan Valente, do PSOL, também protocolou uma queixa-crime acusando os bolsonaristas de injúria e difamação.

A guerra entre o Estado de Israel e o Hamas, iniciada em 7 de outubro, desencadeou o maior conflito das últimas décadas no Oriente Médio, deixando milhares de mortos - a maioria na Palestina - em 19 dias de conflito.

No Brasil, o confronto tem alimentado uma disputa de narrativas políticas e troca de acusações entre políticos de esquerda e direita no Congresso e nas redes sociais. 


Os ministros Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Paulo Pimenta (Secretaria de Comunicação) são citados como alvos das "falsas denúncias" na ação movida pelos parlamentares petistas Zeca Dirceu, Erika Kokay, Helder Salomão, Padre João, Nilto Tatto, e Paulão pedem que o STF cobre explicações de Gayer e Zanatta pelas acusações. 

No documento, o grupo afirma que os bolsonaristas acusam "diversos colegas de apoiar asquerosas práticas criminosas" para constrangê-los, numa atitude que consideram caluniosa, visto que os parlamentares em questão repudiaram as ações do Hamas que serviram de estopim para o confronto.

"Trata-se de conduta extremamente reprovável, indecorosa e inadmissível, que expõe, através de aleivosias gratuitas e injustificáveis, colegas parlamentares como criminosos (apoiadores de terrorismo) para um País estrangeiro, com o claro propósito de ofendê-los e constrangê-los, na tentativa de torná-los, de acordo com a legislação dos Estados Unidos, cidadãos proscritos naquela Nação e em países aliados, conforme seus instrumentos diplomáticos", diz trecho do documento.