Itamaraty: Cerca de 20 mil brasileiros moram em Israel ou Palestina

Estados entraram em escalada de guerra neste sábado

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Foto: redacao@odia.com.br (Agência Brasil)
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O Ministério das Relações Exteriores, por meio da Embaixada em Tel Aviv e do Escritório de Representação em Ramalá, informou neste sábado (7) que tem acompanhado a situação das comunidades brasileiras em  Israel e na Palestina.

Ao todo, cerca de 14 mil brasileiros residem em Israel e 6 mil na Palestina. Segundo o Itamaraty , no entanto, a grande maioria deles vive fora da área afetada pelos ataques.

Mais cedo, a pasta havia informado que não existe informação de brasileiros entre os 298 mortos e mais de 800 feridos "até o momento".

"O Escritório de Representação em Ramalá mantém contato com representantes dos cerca de trinta nacionais que vivem na Faixa de Gaza. A Embaixada em Tel Aviv, por sua vez, monitora a situação dos cerca de sessenta brasileiros estimados em Ascalão e outras localidades na zona de conflito. Não há, até o presente momento, registro de nacionais vítimas ou diretamente atingidos pelos ataques", diz o comunicado.

Brasil condena ataque

O governo brasileiro condenou o ataque do Hamas a Israel na madrugada deste sábado (7), em que mais de cinco mil foguetes foram disparados da Faixa de Gaza para o território israelense.

Em nota, o Itamaraty pede ainda que o Brasil convocará uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). O Brasil assumiu a presidência do órgão no último mês. 

"Ao reiterar que não há justificativa para o recurso à violência, sobretudo contra civis, o governo brasileiro exorta todas as partes a exercerem máxima contenção a fim de evitar a escalada da situação", diz um trecho do comunicado.

Segundo o Itamaraty, "o Brasil lamenta que em 2023, ano do 30º aniversário dos Acordos de Paz de Oslo, se observe deterioração grave e crescente da situação securitária entre Israel e Palestina".

O Brasil fez questão de pontuar que tem compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. Por fim, pede que sejam retomadas as negociações de paz entre os dois Estados.

Lula se diz chocado

O presidente  Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou as redes sociais para se manifestar contra o ataque do Hamas a Israel, que deixou  mais de 290 mortos e mil feridos na madrugada deste sábado (7). Lula lembrou que o Brasil é o atual presidente do Conselho de Segurança da ONU e que não poupará esforços para conter a crise. 

"O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU", escreveu o presidente em uma rede social.

"Fiquei chocado com os ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas. Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas", completou.

Lula reafirmou que a posição da diplomacia brasileira é de manutenção de dois estados: Palestina e Israel. Ele fez um apelo à comunidade internacional para que as negociações para um acordo de paz sejam retomadas.

"Conclamo a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados", destacou.

O que aconteceu

O grupo sunita bombardeou o sul israelense com mais de 5 mil foguetes em um ataque surpresa chamado de operação “Dilúvio de Al-Aqsa”. 

O primeiro ministro israelense Benjamin Netanyahu declarou guerra ao grupo após o ataque. "Estamos em guerra e vamos vencer. O inimigo pagará um preço que nunca conheceu", diz Netanyahu em uma mensagem de vídeo divulgada nas redes sociais.

Além do ataque aéreo, militantes do grupo se infiltraram em território israelense por água e terra em uma incursão sem precedentes com homens armados no sul do país. O exército israelense afirmou também que um "número indeterminado de terroristas" na Faixa de Gaza. 

Há relatos não confirmados de sequestros. Em resposta aos ataques, Israel começou a atacar alvos em Gaza.