Nesta terça-feira (12), será instalada na Câmara dos Deputados a Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção. O grupo tem por objetivo a “melhoria da fiscalização de parlamentares” e tem a mesa diretora formada por parlamentares bolsonaristas.
O grupo, que já conta com 194 deputados e 4 senadores , terá em sua mesa diretora o deputado federal Delegado Ramagem (PL-RJ) como primeiro vice-presidente, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) como segunda vice-presidente e o deputado Coronel Meira (PL-PE), comandando os trabalhos da Frente.
Entre os membros, há figuras controversas e envolvidas em polêmicas, como Damares Alves, senadora e ex-ministra de Bolsonaro; os deputados Coronel Zucco, Pastor Marco Feliciano, Nikolas Ferreira e General Girão; e as deputadas Clarissa Tércio e Bia Kicis.
Entre os objetivos do grupo de parlamentares, também estão acompanhar assuntos relacionados “às ações dos Movimentos Populares e Organizações da Sociedade Civil” e a realização de reuniões para debater propostas sobre o tema e fomentar a criação de outras Frentes Parlamentares nos estados e municípios.
A imagem compartilhada como convite para o lançamento da frente exibe um desenho que simboliza o Congresso Nacional com um símbolo que imita uma placa de PROIBIDO com uma estrela vermelha no meio, idêntica àquela usada como símbolo do PT, partido do presidente Lula.
“A corrupção mina os alicerces da sociedade e sustenta os projetos revolucionários de poder que atentam contra a democracia. É hora de unir esforços contra esse flagelo. Juntos, podemos construir uma sociedade mais transparente e justa. Junte-se a nós”, diz a imagem.
Mesa Diretora
A mesa diretora da comissão é composta por três parlamentares ideologicamente identificados com a extrema-direita brasileira. O presidente, Coronel Meira (PL-PE), foi alvo de um pedido do PSOL para inclusão de seu nome entre os investigados por responsabilidade na execução de atos terroristas em Brasília, ao incitar manifestantes a depredarem as sedes dos três poderes.
Para Meira, a Frente reforça a importância de formar coalizões de parlamentares em torno da pauta de enfrentamento à corrupção. “Queremos proporcionar as ferramentas necessárias para a formação de uma massa crítica, que possua conhecimento amplo e um plano de ação claro e eficaz,” enfatizou o parlamentar.
Já Alexandre Ramagem estava à frente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro (PL), quando o órgão secretamente monitorava a localização de cidadãos em todo o território nacional. Ele fazia parte da Polícia Federal quando foi convidado para liderar a segurança de Bolsonaro, ainda na posição de candidato à Presidência em 2018, logo após a facada que sofreu em Juiz de Fora - MG.
Em 2020, Bolsonaro nomeou Ramagem diretor-geral da Polícia Federal, mas a posse foi barrada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeitas de interferência do então presidente sobre a corporação.
Na época, o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, acusou Bolsonaro de ingerência sobre a força policial que fica sob o “guarda-chuva” do ministério que ele comandava.
A deputada Carla Zambelli também não fica atrás quando o assunto é envolvimento em polêmicas. Na véspera da votação do 2º turno das eleições de 2022, a parlamentar perseguiu e ameaçou um homem negro com sua arma de fogo em punho, tornando-se ré em decorrência dessa atitude.
Zambelli também é apontada como o principal elo entre Bolsonaro e Walter Delgatti Neto, conhecido como “Hacker da Vaza Jato”, supostamente com o objetivo de planejar e levar a cabo um plano golpista para desacreditar o sistema eleitoral e impedir que Lula se tornasse presidente pela terceira vez.