O tenente-coronel Mauro Cid seguirá recebendo salário de R$ 27 mil mesmo após o Exército afastá-lo de suas funções nas Forças Armadas. Mauro Cid ficará agora agregado ao Departamento-Geral do Pessoal (DGP) sem ocupar cargo.
O afastamento do Exército foi uma exigência do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para homologar o acordo de delação premiada do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro.
“O Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Exército Brasileiro cumprirá a decisão judicial expedida pelo Ministro Alexandre de Moraes e o Tenente-Coronel Mauro César Barbosa Cid ficará agregado ao Departamento-Geral do Pessoal (DGP) sem ocupar cargo e exercer função”, diz a nota do Exército divulgada neste domingo (10).
A delação premiada foi homologada por Moraes neste sábado (9) e prevê uma séria de imposições ao ex-ajudante de ordens, como perda da posse de arma, utilização de tornozeleira eletrônica e restrição para saídas de noite.
A partir de hoje, Cid terá de se apresentar todas as segundas-feiras ao juízo de execuções de Brasília. Ele também está proibido de deixar a capital federal, devendo ficar em recolhimento domiciliar durante as noites e os fins de semana.
Moraes também concedeu liberdade provisória ao coronel, que estava preso desde maio no âmbito Operação Venire, que investiga suposta alteração de cartões de vacinação no Ministério da Saúde do ex-presidente Bolsonaro e sua filha.
O militar também é investigado por colaborar na apropriação de joias sauditas ao patrimônio pessoal do ex-presidente, além de suposta ajuda numa tentativa de golpe de estado.
Com a delação homologada, a PF deve iniciar uma séria de depoimentos com o militar, que deverá contribuir e não pode permanecer em silêncio, como fez na CPMI dos atos golpistas.
Em troca, Cid poderá ter um abatimento ou até mesmo um perdão de uma eventual pena em caso de condenação.