Mauro Cid chega à PF para prestar novo depoimento nesta segunda (28)

O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro será questionado sobre reuniões com Bolsonaro, Carla Zambelli e o hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti Neto

Foto: Geraldo Magela/Agência Senado/Flickr
Mauro Cid responderá a questionamentos sobre as reuniões que presenciou entre Bolsonaro, Carla Zambelli e o hacker Walter Delgatti


O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), já chegou à sede da Polícia Federal (PF) para prestar novo depoimento nesta segunda-feira (28), após um problema técnico ter impedido o registro do depoimento que ele prestou na sexta-feira (25).

Cid foi intimado a depor no âmbito do inquérito que investiga a suposta contratação dos serviços do hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti Neto, para tentar invadir as urnas eletrônicas e criar narrativas contra o sistema eleitoral para favorecer Bolsonaro.

Segundo Delgatti, Cid participou do encontro promovido pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) entre ele e o ex-presidente no Palácio da Alvorada. Delgatti está em prisão preventiva, acusado de incluir dados falsos sobre o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), por ordem de Zambelli.


Ainda segundo o hacker, Cid estava com Bolsonaro quando ele entrou no Alvorada ao lado da deputada para conhecer o ex-presidente, e teria ouvido toda a reunião.

O hacker também afirma que Mauro Cid sabia que ele seria levado ao Ministério da Defesa, para se reunir com o ex-ministro Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira (que vai depor ao Tribunal Superior Eleitoral também nesta segunda-feira), discutir meios de descredibilizar as urnas eletrônicas.

Na última sexta-feira (25), o ministro Alexandre de Moraes proibiu Cid de se comunicar com Bolsonaro e com a ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, entre outros investigados.

Além dessas investigações sobre os atos golpistas, Cid está detido por suspeita de envolvimento num esquema de fraude a cartões de vacinação contra a Covid-19, e por envolvimento no caso da venda irregular de joias sauditas que Bolsonaro omitiu do patrimônio nacional.