TSE retoma julgamento de Bolsonaro por abuso de poder no 7 de setembro

Além de Bolsonaro, o processo também envolve seu ex-ministro e candidato a vice em 2022, o general Braga Netto

Esta semana, ocorreram desdobramentos na investigação sobre os presentes dados pela Arábia Saudita ao governo Bolsonaro. Acompanhe as últimas informações no Flipar!
Foto: Reproduçao TV Globo
Esta semana, ocorreram desdobramentos na investigação sobre os presentes dados pela Arábia Saudita ao governo Bolsonaro. Acompanhe as últimas informações no Flipar!


Nesta segunda-feira (21) o Tribunal Superior Eleitoral retoma o julgamento da chapa que elegeu o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - que já está inelegível - e seu candidato a vice, general Walter Souza Braga Netto (PL), por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante a celebração do dia 7 de setembro (independência) de 2022. 

Na ocasião, o então presidente atacou ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), comemorou a diminuição no preço da gasolina e a ampliação dos pagamentos do Auxílio-Brasil, enquanto alegava que a eleição daquele ano seria uma “luta entre o bem e o mal”, referindo-se a Lula como o “mal” em questão.

Durante a sessão, haverá oitiva de testemunhas, como os governadores do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, e do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, além do senador Ciro Nogueira (PP), que foi ministro da Casa Civil de Bolsonaro. 

O ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira e o ex-deputado Daniel Silveira também estão na lista de depoimentos, mas as datas ainda não foram determinadas pela corte eleitoral.

Após a oitiva de todas as testemunhas e concluída a coleta de provas, será aberta a etapa de alegações finais da defesa e da acusação. Em seguida, o plenário do TSE realiza a última análise e profere sua decisão.



Entenda o caso 

O processo remete aos fatos ocorridos durante a comemoração dos 200 anos de Independência do Brasil em relação a Portugal, no dia 7 de Setembro de 2022, em Brasília e no Rio de Janeiro. 

Naquele dia, Bolsonaro e Braga Netto compareceram aos eventos comemorativos e discursaram em tom de campanha, chegando a enaltecer ações do governo, atacando adversários e pedindo votos. Ambos são acusados de usar o evento, que inclusive foi televisionado pela Empresa Brasil de Comunicação, para “promoção abusiva e ilícita” de suas candidaturas. 

A ação foi proposta pelo PDT. O partido alegou ao TSE que Bolsonaro se aproveitou da estrutura pública como meio de se favorecer na corrida eleitoral, desequilibrando, assim, a disputa com seu adversário, o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). 

Além do ocorrido, Bolsonaro ainda manifestava o desejo e a intenção de utilizar imagens de seus discursos no dia 7 de setembro para fazer propaganda eleitoral, o que foi prontamente proibido pelo TSE. Anteriormente, o TSE já multou Bolsonaro e Braga Netto, em R$55 mil cada um, por descumprimento dessa proibição, além de exigir explicações sobre os recursos utilizados em atos de campanha.