
O avanço das investigações da Polícia Federal (PF) sobre o esquema de venda ilegal de joias presenteadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) - que deveriam compor o patrimônio nacional - está fortalecendo um movimento na Câmara dos Deputados pela abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Até então, cerca de 111 deputados já assinaram o pedido para instalação da CPI, enquanto os autores do pedido esperam conseguir 130 apoiadores. Os líderes da coleta de assinaturas são os deputados governistas Túlio Gadêlha (Rede-PE) e Rogério Correia (PT-MG). Para instalar uma CPI, são necessárias pelo menos 171 assinaturas, ou seja, um terço dos representantes da Casa.
Polícia Federal
Na última sexta-feira (11), a Polícia Federal cumpriu quatro mandados de busca e apreensão numa operação de combate aos crimes de peculato e lavagem de dinheiro no caso das jóias recebidas pelo ex-presidente inelegível, Jair Bolsonaro, de governos estrangeiros.
A PF está reunindo provas de que Bolsonaro, sua esposa, Michelle Bolsonaro, e antigos membros do governo por subtrair e vender patrimônio nacional (as jóias) no exterior, ficando com o dinheiro. Bolsonaro e Michelle tiveram seus sigilos fiscal e bancário quebrados pela investigação.
Os alvos da operação foram o general Mauro César Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro Mauro Cid; o tenente do Exército Osmar Crivelatti; e um dos advogados de Bolsonaro, Frederick Wassef.
Os relatórios da PF embasaram a liberação dos mandados por parte do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, pois revelam a venda de kits de joias nos Estados Unidos, e a tentativa de leiloar outros bens.
É a primeira vez que o ex-presidente Bolsonaro é citado como peça central de um suposto esquema, por meio de mensagens que revelaram uma articulação para entregar dinheiro em espécie a ele, e pelo uso do avião presidencial para transportar ilegalmente as joias que deveriam ter sido declaradas pela comitiva do ex-presidente.
A defesa do ex-presidente afirmou que ele "jamais se apropriou ou desviou quaisquer bens públicos", por meio de uma nota que também afirma que Bolsonaro entregou joias "voluntariamente e sem que houvesse sido instado" ao Tribunal de Contas da União (TCU), em março deste ano.