Após três dias de suspensão, metroviários retomam greve no Recife

A categoria voltou a operar durante o período de negociação, mas na falta de um acordo, o movimento foi retomado

Foto: Portal da copa/ME
O sindicato dos metroviários adiou a assembleia para aguardar uma possível negociação


Nesta sexta-feira (11) os trabalhadores do Metrô do Recife retomaram a greve por tempo indeterminado após três dias de suspensão do movimento paredista. A decisão foi tomada em assembleia realizada após três audiências de conciliação entre os trabalhadores do Sindicato dos Metroviários (Sindmetro-PE) e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

Nesta nova etapa da greve, os metroviários anunciaram que vão parar 100% da frota por tempo indeterminado, em todos os horários. “É hora de dar a resposta, a gente vai radicalizar. Greve total, não tem isso de 40% ou 60%, não. É 100% de frota parada”, disse o vice-presidente do Sindmetro, Assis Filho, numa alusão a uma determinação do Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6).

A Justiça do Trabalho determinou que a circulação de 60% da frota durante os horários de pico, (das 5h30 às 8h30, e das 17h30 às 19h30), e de 40% no restante do dia, com multa diária de R$ 60 mil em caso de descumprimento.



“Sempre estivemos abertos à negociação. Fizemos uma paralisação de 24 horas, outra paralisação de 48 horas. Aceitamos a proposta do TRT6 e do MPT de sentar e conversar. Novamente, em busca de acordo, aceitamos a proposta do MPT de solicitar 7% de reajuste, porém, mais uma vez, a empresa chegou sem nenhuma proposta”, disse o trabalhador e dirigente sindical. 

A categoria está reivindicando o reajuste salarial de R$ 1.954,04 para R$ 2.725, a reestruturação do metrô (que constantemente para por falta de manutenção e problemas estruturais) e a retirada da CBTU do Programa Nacional de Desestatização (PND), ou garantia de estabilidade e realocação de funcionários para outros órgãos, em caso de privatização. 


Em nota, a CBTU lamentou a decisão, alegando que participou das reuniões e apresentou uma nova proposta de Acordo Coletivo 2023-2024 “baseada nos parâmetros definidos pela Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest)”, e que está “aberta ao diálogo”.