Aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro acompanham apreensivos os desdobramentos da operação da Polícia Federal que mira a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e o hacker Walter Delgatti Neto .
A ação tem conexão direta com a apuração de iniciativas para atrapalhar a eleição presidencial de 2022, atacar instituições e invadir sistemas de órgãos públicos para espalhar fake news e falsificar documentos.
Segundo pessoas próximas, Bolsonaro disse a aliados que não atende mais ligações de Carla Zambelli desde janeiro de 2023. O ex-presidente teria sido procurado pela parlamentar novamente nas últimas semanas, mas decidiu ignorar as tentativas de contato. As informações são da jornalista Andreia Sadi, da Globo News.
Toc, Toc, toc...
PF na casa e no gabinete de Carla.
O hacker quer contar tudo — a suposta conversa comprometedora com Bolsonaro e os serviços prestados para Zambelli.
PL já conta como certa
a cassação.
Walter Delgatti Neto foi preso (novamente!) — ele teria invadido o CNJ e… pic.twitter.com/pCEywHXbCu— Joice Hasselmann (@joicehasselmann) August 2, 2023
Segundo a investigação policial, a deputada chegou a levar o hacker - preso nesta quarta-feira (2) pela PF - a uma reunião com o próprio Bolsonaro ainda em 2022. Na ocasião, ela supostamente falou sobre uma tentativa frustrada de invadir o sistema das urnas eletrônicas, o que ele teria ouvido “calado”.
Duramente criticada até mesmo no âmbito de aliados da direita e extrema-direita desde a véspera do segundo turno da eleição de 2022, quando perseguiu um jornalista negro com uma arma em punho, Zambelli está cada vez mais isolada politicamente.
Além disso, a parlamentar enfrenta diversos processos judiciais, dentre os quais dois podem levar à sua inelegibilidade, ambos propostos por parlamentares do PSOL em dezembro.
A primeira ação de investigação eleitoral é de autoria da deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e pede a condenação de Zambelli por ter espalhado notícias falsas sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral no final de setembro de 2022.
A segunda ação, proposta por Sâmia e pelo deputado federal Glauber Braga (PSOL-SP), acusa a deputada bolsonarista de ter incitado um golpe de Estado no final de novembro de 2022.