A Justiça do Espírito Santo absolveu na segunda-feira (24) a jovem acusada de lesão corporal grave, após seu namorado ter a barriga perfurada e aberta em uma praia deserta de Guarapari. Ela foi inocentada pela 2.ª Vara Criminal da cidade por não haver provas suficientes de que teria sido ela a autora do crime, ainda sem desfecho.
De acordo com decisão proferida pelo juiz da ação, Edmilson Souza Santos, não é possível afirmar que apenas o casal se encontrava na praia, corroborando a tese apresentada pelos dois de que teriam sido atacados por pessoas desconhecidas, após terem “apagado” ao usarem drogas. “Considerando que o acesso ao parque se dá pela portaria, pelas pedras e pelo mar, não se pode afirmar que apenas o casal se encontrava no local do fato”, escreveu o juiz.
Em março deste ano, passados quase doze meses da denúncia feita pelo Ministério Público, a Justiça ouviu médicos, peritos, legistas e os próprios envolvidos, sem chegar a um ponto conclusivo. À época em que foi feita, a denúncia acompanhava o indiciamento feito pela Polícia Civil do Estado, onde se dizia que a jovem teria agido “por motivação desconhecida e impulsionada pelo uso de drogas”. O casal de jovens permanece junto.
Relembre o caso
No dia 16 de janeiro de 2022, Gabriel Muniz Pickersgill, de 21 anos, deu entrada no Hospital Estadual de Urgência e Emergência de Vitória com um corte profundo na barriga, em que era possível visualizar parte do intestino. Com cortes no rosto, ele teria sido atacado, junto a namorada, na Praia do Ermitão, em Guarapari, onde faziam um luau de despedida devido à viagem que ele faria ao exterior em breve.
A Polícia Militar se dirigiu ao local e, de acordo com a equipe de policiais, foram encontrados pertences do casal e partes de um órgão do rapaz. A namorada, de 20 anos, alegou que os dois teriam “apagado” com o uso de drogas e álcool naquela noite. Exames de sangue confirmaram a presença de fentanil na corrente sanguínea de Gabriel, substância 50 vezes mais potente que a cocaína.
A Polícia Civil do Estado do Espírito Santo concluiu que a namorada poderia ser a autora e, posteriormente, o Ministério Público denunciou a jovem por lesão corporal grave, “por motivação desconhecida e impulsionada pelo uso de drogas”. O processo correu em segredo de Justiça até seu desfecho, nessa segunda (24).