Emerson Petriv, ex-deputado federal bolsonarista conhecido como “Boca Aberta”, foi preso na manhã desta quarta-feira (19) em Londrina-PR por posse ilegal de arma de fogo. A pena para esse crime é de detenção, que pode variar de um a três anos, e multa, nos termos da Lei Nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003 .
Busca e apreensão
A arma foi descoberta durante uma operação de busca e apreensão realizada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR), por meio do Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa (Gepatria) e apoio do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado).
Em maio deste ano, a PM encontrou um revólver calibre 38 em um ônibus do ex-deputado paranaense, no município de Londrina, durante uma fiscalização. Boca Aberta afirmou que foi tudo um mal entendido.
O objetivo da operação é apurar denúncias sobre um suposto esquema de rachadinha - prática corrupta em que políticos retém parte dos salários dos funcionários de seus gabinetes.
Além da arma irregular, também foram apreendidos celulares e computadores. Segundo o MP-PR, Boca Aberta estaria atacando e intimidando vítimas dessa prática criminosa por meio de suas redes sociais. Por esta razão, a Justiça determinou ainda a monitoração eletrônica do ex-deputado Boca Aberta com tornozeleira eletrônica.
Ele também foi proibido de ter contato, seja físico ou por qualquer meio de comunicação, com as testemunhas do caso, nem se aproximar delas, mantendo uma distância mínima de 200 metros.
Histórico problemático
A lista de polêmicas envolvendo Emerson Petriv é extensa, envolvendo desde brigas até condutas consideradas irregulares pela Justiça Eleitoral do Brasil. Na primeira vez em que teve problemas com a lei, Petriv perdeu seu mandato de vereador na cidade de Londrina, no ano de 2017, acusado de ter feito uma “vaquinha” para pagar uma multa eleitoral.
Tornado inelegível após a perda de seu mandato como vereador, Boca Aberta não poderia concorrer a nenhum cargo político na eleição de 2020. Contudo, ele concorreu e foi eleito deputado. No ano seguinte, a Câmara dos Deputados reconheceu uma decisão do TSE e Boca Aberta perdeu definitivamente seu mandato .
Antes de ser cassado, Boca Aberta chegou a propor à Câmara um projeto que previa a amputação das mãos de políticos condenados por abuso de poder econômico e corrupção, além de exigir a realização de exames toxicológicos para identificar o uso de entorpecentes em políticos no exercício de seus mandatos.
Também em 2020, ainda como deputado, Boca Aberta foi acusado de xingar, agredir e cuspir num oficial de Justiça . O homem registrou um boletim de ocorrência afirmando que levou um chute e teve a tela do celular quebrada pelo parlamentar após ter entregado uma intimação em seu gabinete.
O ex-parlamentar também se envolveu em brigas com os deputados Hiran Gonçalves (PP-RR) e Alexandre Leite (União-SP), além de ter batido no também ex-deputado Arthur do Val e tentado invadir uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no Paraná.
No início de 2022, Boca Aberta acabou socado no rosto ao se envolver em uma briga com o vereador Amauri Cardoso (PSDB). O vereador alega ter sido cercado pelo ex-deputado e seus apoiadores após cobrar respeito aos profissionais da saúde municipal de Londrina. Ao final da confusão, o ex-parlamentar cassado saiu com o nariz quebrado.