CNJ abre investigação disciplinar contra ex-juíza da Lava Jato

Gabriela Hardt é acusada de agilizar processos e encobrir suspeitas contra Sérgio Moro

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Gabriela Hardt deixou vara dos processos da Lava Jato em Curitiba

O Conselho Nacional de Justiça abriu nesta terça-feira (18) um procedimento disciplinar contra a juíza Gabriela Hardt, ex-responsável pelos processos da Operação Lava Jato. Segundo o CNJ, Gabriela é acusada de agilizar processos e violar o princípio da impessoalidade em ações julgadas.

A denúncia foi feita pelo ex-deputado estadual e empresário Tony Garcia, investigado em dois processos julgados por Hardt. Ele afirma que a juíza tramitou as ações em “velocidade fora do comum” e acusa parcialidade no acórdão.

Garcia ainda afirma que Gabriela Hardt tinha conhecimento de “atos criminosos” cometidos por Sérgio Moro, então juiz da Lava Jato e atualmente senador. Na denúncia, o empresário acusa Hardt de ser conivente com os atos ao não se posicionar.

O pedido foi acatado pelo ministro Luís Felipe Salomão, corregedor do CNJ. A juíza tem 15 dias para apresentar sua defesa.

Gabriela Hardt era juíza substituta da Operação Lava Jato e assumiu os processos em definitivo em maio deste ano, após o afastamento de Eduardo Appio. Antes, ela tinha assumido o comando da 13ª Vara Federal de Curitiba depois que Sérgio Moro deixou o magistério para ser ministro de Jair Bolsonaro (PL).

Ela deixou o posto em junho, quando foi transferida para a 3ª Turma Recursal do Paraná, onde julga processos previdenciários e assistenciais. Para seu lugar, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) nomeou o juiz Fábio Nunes de Martino como o novo responsável pelos processo da Lava Jato.