Moraes sugere 'regulamentação minimalista' das redes sociais

O ministro do Supremo Tribunal Federal disse que há uma falta de "boa vontade" para que haja um controle melhor das redes sociais

Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes
Foto: redacao@odia.com.br (Agência Brasil)
Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes

ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes , afirmou durante uma palestra do Fórum Internacional de Judiciário e Inovação, que há uma falta de "boa vontade" das big techs em controlar os discursos de ódio nas redes sociais . O evento ocorreu nesta terça-feira (20), com  Moraes  defendendo que a mídias sociais devem passar por uma  regulamentação .

No discurso, o ministro disse: "Se você quer lucrar, o mínimo que você tem que fazer é checar a informação. Você deixa de ser um mero depositário universal de informações para ser solidariamente responsável. É na alegria e na tristeza. Se na alegria você está lucrando com a informação, você também deve ser responsabilizado. É simples. Isso já ocorre, é simples do ponto de vista jurídico e simples do ponto de vista operacional. O que falta é a boa vontade".

ministro levanta que as plataformas já possuem ferramentas que são eficientes para a moderação de conteúdos, podendo ser utilizadas para a retirada e impedimento de que conteúdos que infrinjam a lei sejam publicados.

Segundo  Moraes,  o que deve ser feito é uma "regulamentação minimalista", para que as liberdades individuais sejam mantidas, mas que continuem seguindo os limites da lei. O  ministro reconhece que há limitações para identificar os conteúdos falsos nas plataformas, mas que é necessário que os discursos de ódio continuem se propagando na internet.

ministro do STF  diz que durante os ataques do 8 de janeiro, as big techs foram levadas a incentivar atos. Ele completa dizendo que ainda assim, elas se recusam a promover a discussão sobre o assunto da autorregulação. "Não se pode partir da premissa de que as big techs querem o bem da humanidade, até porque dentro do sistema capitalista — e eu não sou comunista como alguns me acusaram — o que visa é o lucro e visa sem nenhuma limitação. Se alguém não limitar, ele não vai se autolimitar''.

Ele finaliza dizendo que independente do meio, a discussão é necessária, se referindo ao PL 2630 na Câmara e a Ação Direta de Inconstitucionalidade na Suprema Corte.