Zanin pede manutenção da condenação de Deltan por danos morais

O ex-procurador foi condenado a pagar uma indenização ao presidente Lula pelo caso do slide da Lava Jato

Deltan Dellagnol foi condenado pela Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça
Foto: montagem / reprodução / wikimedia commons
Deltan Dellagnol foi condenado pela Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça

O equipe de  defesa do  presidente da República, Luiz Inácio  Lula  da Silva (PT), levou ao Supremo Tribunal Federal  ( STF ) que seja feita uma manutenção da condenação  que foi dada ao ex-procurador e deputado federal cassado,  Deltan Dallagnol  (Podemos-PR).

Ele foi condenado em 2022 a pagar uma indenização ao  presidente por danos morais , após o caso da apresentação de slides sobre a  Lava Jato . A defesa de  Lula pediu que  Dallagnol pagasse R$ 1 milhão pela entrevista ocorrida em 2016. O ex-procurador falava sobre uma denúncia no caso que envolvia o triplex no Guarujá. Quem julgou foi a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça.

Entretanto, no julgamento, o colegiado fixou que a indenização que deveria ser pagar era de R$ 75 mil, com correção monetária e juros. Com isso, a equipe jurídica de  Dallagnol recorreu no  STF sobre a decisão.

O advogado de  Lula , Cristiano Zanin , disse à  Corte que o processo movido contra o ex-procurador "busca a reparação pelos danos morais decorrentes da violação de sua honra, em virtude de imputações publicamente realizadas pelo requerido, em evidente abuso de autoridade”.

Zanin  completa, afirmando que "na referida coletiva de imprensa o Recorrente promoveu injustificáveis ataques à honra, imagem e reputação do Recorrido, imputando-lhe fatos que sequer pertenciam ao bojo de referida denúncia". Ele escreve da peça que "é inquestionável que a exposição realizada pelo requerido Deltan, de forma intencionalmente vexatória, não está adstrita ao direito de informação ou à publicidade do processo penal. Revela, outrossim, ato ilícito que demanda reparação, pois estão presentes os elementos necessários para tanto.”

O relator do caso no STJ, o ministro Luís Felipe Salomão, disse durante o seu voto em 2022, que  Deltan teria ultrapassado o "tom informativo" quando apresentou o slide. 

"Se na peça de acusação não foram incluídas adjetivações atécnicas, evidente que a sua anunciação também deveria resguardar-se daquelas qualificadoras, que enviesam a notícia e a afastam da impessoalidade necessária, retirando o tom informativo, que é decorrência do princípio da publicidade, e a colocam indesejavelmente como narrativa do narrador", completou o ministro em 2022.