PF aponta que coronel da PM foi omisso nos atos de 8 de janeiro

O relatório produzido pela instituição mostram que o oficial deveria fazer um plano operacional com a Polícia Militar da capital

Os atos aconteceram no dia 8 de janeiro, com depredação da Praça dos Três Poderes
Foto: Agência Brasil
Os atos aconteceram no dia 8 de janeiro, com depredação da Praça dos Três Poderes

A inteligência da Polícia Federal emitiu um relatório ao qual mostra que houve falta de planejamento operacional da Polícia Militar de Brasília no dia 8 janeiro. A data marca os  atos golpistas , que aconteceram no  Distrito Federal , ao qual manifestantes invadiram e depredaram as sedes localizadas na Praça dos Três Poderes.

Segundo o documento, o  coronel Paulo José , estava como substituto do coronel Jorge Eduardo Naime, que havia saído de férias. Para a  PM , era o trabalho de  Paulo José fazer um planejamento de contenção dos invasores, caso ocorresse.

No documento divulgado pelo jornal Metrópole, diz que "é verossímil acreditar que Paulo José agiu de forma omissa, frente aos crimes praticados no dia do evento, ao não elaborar o planejamento operacional do policiamento ostensivo do Distrito Federal ".

Segundo os relatos dos integrantes da corporação, o  relatório  aponta que teve um intervalo de tempo entre o início das manifestações e o acionamento das equipes de reforço. Foram cerca de duas horas até que os  PMs  fossem chamados pata conter as ações radicais.

A instituição já estava sobreaviso sobre os  atos que poderiam vir a acontecer. A determinação de ficarem a postos foi do subcomandante-geral, Klepter Rosa, a pedido do  coronel Paulo José.  Atualmente, Rosa é comandante-geral da instituição.

"É verossímil acreditar que Paulo José agiu de forma omissa, frente aos crimes praticados no dia do evento, ao não elaborar o planejamento operacional do policiamento ostensivo do Distrito Federal ", aponta um trecho do documento.

O inquérito ainda ressalta que: "A partir de análise efetuada nos materiais apreendidos, é verossímil acreditar na inexistência de um Plano Operacional, cuja elaboração era de competência do CORONEL PAULO JOSÉ, e de Ordens de Serviços".

A CNN teve acesso a um print da conversa no grupo de WhatsApp, ao qual mostra o momento que foi feito o pedido para os agentes ficarem sobreaviso. A mensagem foi encaminhada às 20h12, na noite anterior aos atos.O coronel escreve: "Senhores, boa noite. Por determinação do subcomandante-geral. Permaneçam de SOBREAVISO APD 07h”".

O sobreaviso acarreta nos agentes ficarem ligados ao caso, para caso necessário, sejam chamados onde estejam. Não há necessidade de ficarem fardados e armados nos batalhões prontos para sair.

O relatório vem após o depoimento do ex-comandante-geral da PM, coronel Augusto Vieira, para a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara Legislativa do DF. Nela, Vieira foi enfático em dizem que não havia planos operacionais para o dia, sendo isso culpa do  coronel Paulo José.

"A cavalaria não havia sido acionada. Não havia parte logística. Não tinha comando móvel, que é onde o policial se apresenta para a missão. Não havia água para os PMs. Isso é uma falha. A falha é de falta de planejamento operacional. Nesse dia, era o coronel Paulo José".