O secretário municipal de Educação do Rio, Renan Ferreirinha, formalizou o pedido para que a corregedoria da capital fluminense demita Monique Medeiros , mãe do menino Henry Borel , morto aos quatro anos em 2021. Ela, que é servidora concursada, estava afastada desde abril de 2021, quando foi presa acusada de matar o próprio filho, juntamente com o ex-vereador Jairo de Souza, o Jairinho.
"Considerando o que foi apurado sobre ela e o seu histórico, entendo que ela precisa ser afastada do serviço público definitivamente. Não há condições dela trabalhar perto de nossas crianças e escolas", afirmou Ferreirinha.
Solta por decisão do STJ, Monique voltou a trabalhar na Secretaria Municipal de Educação do Rio ainda em dezembro. Segundo a pasta, ela atuou em função administrativa no almoxarifado por cerca de um mês, até apresentar um atestado médico para se afastar por 60 dias — o documento foi rejeitado após uma perícia.
Pouco depois, a Prefeitura formalizou o afastamento no Diário Oficial. Na época, o secretário explicou que a decisão foi motivada pelo pedido dela de licença por 60 dias. Contudo, mesmo com o afastamento, Monique continuou recebendo salário. "O que eu, pessoalmente, acho um absurdo, ter que pagar para quem não trabalha. Mas, estamos cumprindo a lei", destacou Renan Ferreirinha, que afirmou que gostaria que ela fosse demitida da secretaria.
Antes de ser presa, até agosto de 2020, Monique exercia o cargo de diretora na escola municipal Ariena Vianna da Silva, em Senador Camará, na Zona Oeste da cidade. Depois, pediu exoneração do cargo e passou a atuar no gabinete do conselheiro Luiz Antônio Guaraná, no Tribunal de Contas do Município do Rio (TCM).
Monique foi exonerada do TCM em março de 2021, mas não perdeu a matrícula no município por ser concursada e estar licenciada.
Relembre o caso
Henry Borel, 4, foi levado para um hospital da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, na madrugada de 8 de março de 2021. O menino chegou à unidade de saúde com manchas roxas em várias partes do corpo e o laudo da perícia apontou que a morte dele foi provocada por laceração hepática. O caso foi investigado pela 16ª DP (Barra da Tijuca) que concluiu, em maio do mesmo ano, que Jairinho agredia a criança.
O inquérito também revelou que Monique sabia que o filho vinha sendo vítima do padrasto, mas se omitia. O ex-vereador e a mãe da criança foram indiciados por homicídio duplamente qualificado. Jairinho foi denunciado ainda por tortura e Monique por omissão quanto à tortura. A juíza Elizabeth Louro, do 2º Tribunal do Júri, decidiu que o ex-casal vai a júri popular.
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