O general Gonçalves Dias apresentou ainda ontem, o pedido para sua demissão do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), após crise emergir em Brasília, com a divulgação de imagens que mostram sua presença no Palácio do Planalto durante os ataques golpistas contra os Três Poderes em 8 de janeiro, por apoiadores radicais de Jair Bolsonaro (PL), que pediam intervenção militar no país.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também se reuniu ontem com o general antes da confirmação do pedido de demissão. O secretário-executivo do gabinete, Ricardo Nigri, também foi afastado do cargo.
O ex-interventor na Segurança Pública do Distrito Federal Ricardo Capelli foi nomeado como secretário-executivo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) interinamente. Embora não oficialmente, Capelli terá status de ministro, substituindo o general Gonçalves Dias.
Entenda quais são as funções principais do GSI no dia-a-dia do gabinete da presidência
O GSI é responsável por auxiliar diretamente o presidente da República nas suas atribuições, especiamente nas questões militares e de segurança .
Entre suas competências, também incluem a análise e o acompanhamento de assuntos com potencial de risco , a prevenção de ocorrências de crises e a coordenação do gerenciamento em caso de grave e iminente ameaça à estabilidade institucional.
O GSI cuida da segurança pessoal do presidente e do vice-presidente, de seus familiares, assim como dos palácios presidenciais e das residências oficiais.
O órgão é também responsável por planejar e coordenar, por exemplo, eventos realizados no país em que o Presidente da República comparece e atua em parceria com o Gabinete Pessoal , e no exterior, em colaboração com o Ministério das Relações Exteriores.
É o gabinete que organiza as viagens presidenciais, tanto dentro do país quanto no exterior, sendo esta última em cooperação com o Ministério das Relações Exteriores.
O GSI também monitora se há questões relacionadas a terrorismo e às medidas para prevenir e neutralizar atentados.
Histórico do gabinete com status de Ministério
O GSI foi criado em 1999 durante o governo de Fernando Henrique Cardoso , que substitiuiu a Casa Militar. O primeiro ministro foi o General Alberto Mendes Cardoso , no comando até o final do mandato de Cardoso em 2003.
No primeiro e segundo governo de Lula, o General Jorge Armando Felix comantou o GSI e na primeira parte dos mandatos de Dilma Rousseff, o ministro foi o General José Elito Carvalho Siqueira.
Dilma realizou uma reforma ministerial e tiro o status de Ministério do GSI integrando-o à Secretaria de Governo . Apenas a Casa Militar foi mantida por Dilma.
Após a orquestração do 'impeachment' e a ascensão de Michel Temer (MDB ) à chefia do Planalto, a Casa Civil foi extinta e o GSI foi recriado . O General Sergio Echegoyen assumiu a frente do posto.
Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o General Augusto Heleno foi o responsável pelo órgão.
Crise dos ataques de 8 de janeiro
O ex-chefe do GSI, general Gonçalves Dias, foi escolhido para liderar o GSI no terceiro mandato de Lula por ser considerado um militar próximo ao presidente.
Dias trabalhou na sua segurança pessoal de Lula durante seus primeiros mandatos, de 2003 a 2009, e também durante a campanha nas eleições de 2022.
Em sua administração, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) , que estava sob a responsabilidade do GSI, foi transferida para a Casa Civil . A decisão foi tomada por Lula em fevereiro, com o objetivo de desmilitarizar a agência responsável por informações estratégicas do governo federal, reduzindo o papel do Gabinete de Segurança Institucional.
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