
Foi decidido nesta terça-feira (28) que o indicado pelo presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para assumir a direção-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) será sabatinado pelo Senado na próxima quinta-feira (30). A data foi escolhida pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado, Renan Calheiros (MDB).
O escolhido por Lula é o ex-diretor-geral da Polícia Federal, Luiz Fernando Corrêa, ao qual chegou a cumprir cargos de confiança nos dois primeiro governos de Lula. Corrêa assumiu como secretário nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça entre 2003 e 2007. Logo após, foi nomeado como diretor-geral da Polícia Federal, comando a instituição até janeiro de 2011.
O presidente Lula transferiu no início do mês as atividades da Abin para a Casa Civil, pasta liderada por Rui Costa. Antes, a agência ficava sob o guarda-chuva administrativo do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), liderada pelo general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias.
A mudança foi motivada pelos atos golpistas do 8 de janeiro. É esperado que a data seja um dos temas centrais das perguntas dos senadores opositores de Lula. Tais congressistas, que são aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), dizem que Lula e o ministro Flávio Dino (chefe da pasta da Justiça e Segurança Pública), foram omissos quanto as obrigações de reforçar a proteção da Praça dos Três Poderes, mesmo após os alertas da Abin sobre riscos de invasões.
Outro ponto que poderá ser discutido na sabatina são relacionados a avaliação de Corrêa acerca do programa usado pela Abin para monitorar pessoas usado nos 3 primeiros anos do governo Bolsonaro.
Para o governo, a Abin tem "por competência planejar, executar, coordenar, supervisionar e controlar as atividades de inteligência do país, obedecidas a política e as diretrizes estabelecidas em legislação específica".