O corpo da profissional da educação Elisabeth Tenreiro, de 71 anos , morta durante um ataque na escola estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia , Zona Oeste da capital paulista, é velada nesta terça-feira (28) no Cemitério do Araçá.
Durante a cerimônia, restrita aos familiares e amigos, alunos fizeram uma oração enquanto seguravam rosas brancas nas mãos. O sepultamento está previsto para ocorrer às 12h.
Elisabeth, chamada carinhosamente de Beth na escola, dava aula de biologia havia cerca de dez anos para turmas do ensino fundamental e médio. A professora, de 71 anos, havia se mudado para escola neste ano, depois de lecionar na Escola Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, em Pinheiros. Antes disso, a educadora trabalhou por, pelo menos, 40 anos no Instituto Adolfo Lutz. Ela deixa três filhos e quatro netos.
Segundo uma das suas filhas, a professora tinha como "propósito de vida" lecionar . "Ela era uma pessoa dedicada a lecionar, como propósito de vida. Ela achava que ela tinha essa missão, em um país com tanta falta de educação, se ela pudesse mudar a trajetória de um aluno, ela já ganhava com isso. Ela era muito querida por onde ela passou", disse, em entrevista ao G1, sem se identificar.
Elisabeth teve uma parada cardíaca e morreu no Hospital Universitário, da USP. Ela era professora de Ciências e atuava na Escola Thomazia Montoro desde janeiro deste ano.
A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC) lamentou a morte da professora através de uma nota.
"Aos 71 anos, Elizabeth estava dentro da sala de aula, defendendo a ciência, porque acreditava na transformação pela educação. A violência que tirou a vida de Elizabeth precisa ser discutida em suas causas, para que possamos construir uma cultura de paz na sociedade e evitar crimes como este. Hoje é um dia de muita tristeza, especialmente para a família de Elizabeth, mas também para todos os cientistas e servidores que conviveram com ela, por décadas, no Instituto Adolfo Lutz, órgão do Estado responsável por análises laboratoriais e pelo diagnóstico de doenças".
A escola de samba Tom Maior, a qual Elisabeth atuava cuidando da ala das crianças informou que está "enlutada com a morte da Beth Moraes Barros, mais conhecida como Betinha, nesta segunda-feira (27/03/2023) após ocorrido na Escola Estadual Thomazia Montoro. Dona Beth, dedicou muitos momentos conosco, principalmente cuidando da nossa Ala das Crianças (atualmente ‘Tom do Futuro’). Em seus últimos anos de vida, sempre com muita alegria e energia, a mesma estava presente conosco em nossa Velha Guarda. Toda solidariedade para amigos e aos familiares".
O governo de São Paulo decretou luto oficial de três dias por conta da morte de Elisabeth Tenreiro.
“Muito pesar e tristeza com a notícia da morte da professora Elisabeth Tenreiro, que não resistiu aos ferimentos causados pelo horror do ataque desta manhã. Não tenho palavras para expressar a minha tristeza com a notícia do ataque a alunos e professores da Escola Estadual Thomazia Montoro”, disse o governador Tarcísio de Freitas.
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