Doria elogia governo Lula e diz estar pronto para 'ajudar o país'

Ex-governador de São Paulo, porém, criticou brigas do petista com Sérgio Moro

João Doria
Foto: Valter Campanato/Agência Brasil - 22/10/2019
João Doria

O ex-governador de São Paulo João Doria elogiou o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas citou a necessidade de evitar brigas com parlamentares. A declaração foi dada nesta segunda-feira (27), em coletiva realizada no lançamento de sua biografia: João Doria - O poder da transformação.

Doria disse que Lula faz um bom governo na área ambiental e elogiou a recuperação da imagem do Brasil no cenário internacional. Sem citar nomes, o ex-governador criticou as brigas do petista com o ex-juiz e senador pelo Paraná, Sérgio Moro (União Brasil).

"Governo Lula eu diria que também tem um bom início, com alguns percalços, algumas colocações beligerantes que talvez pudessem ser evitadas. Boas conquistas na área ambiental, nas relações internacionais, reinserindo o Brasil no contexto internacional, na questão ambiental, equívocos graves foram cometidos no último governo e agora com a ministra Marina Silva e a equipe que está ao seu lado [estão fazendo] um reposicionamento na questão ambiental e na questão também dos territórios indígenas que me parece uma conquista boa deste governo", afirmou.

"Se eu pudesse fazer alguma observação construtiva, eu diria, vamos evitar brigas, vamos evitar confrontos. Vamos trabalhar mais com a bandeira branca do que com a bandeira partidária ou a bandeira ideológica. O Brasil precisa de paz e com paz nós poderemos crescer economicamente e também teremos paz socialmente", completou Doria.


João Doria ainda negou haver mágoas com Lula e disse estar pronto para ajudar o país "da melhor forma possível". Na campanha de 2018, porém, Doria foi forte crítico do petista e chegou a fazer uma dobradinha com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Doria negou uma possível volta à política, mas disse que atuará no ramo empresarial e como cidadão nas próximas eleições.

"Politicamente não. Nem como candidato, nem como agente partidário. Apenas como cidadão. Não abro mão da minha condição de patriota, de brasileiro, de alguém filho de nordestinos vive em São Paulo, toda contribuição que eu puder oferecer, vou oferecer, mas fora da política", disse Doria

João Doria aproveitou para alfinetar Bolsonaro e disse estar satisfeito por Lula seguir a Constituição Federal. O ex-governador criticou o Gabinete do Ódio, instalado na gestão Bolsonaro.

Elogios a Tarcísio

Doria foi questionado sobre o governo Tarcísio de Freitas, o que considerou como sequência de seu mandato. Para o ex-governador, Tarcísio tem tocado pautas consideradas importantes, como privatizações, e não deve encontrar dificuldades nos próximos anos.

"Em São Paulo a proposta liberal do governador Tarcísio dando continuidade aos programas que realizei como governador e também Rodrigo Garcia vem numa boa linha, com uma boa equipe e uma boa estruturação de governo. Esse é um passo importante para fazer um bom governo e ter uma boa equipe, para realizar tarefas e, de preferência, um governo descentralizado", ressaltou.

"Creio que os primeiros passos de um governo que não completou ainda cem dias em São Paulo estão bem dados e o governador Tarcísio está indo na boa direção na gestão de São Paulo em todas as áreas, no plano social e no plano econômico", completou.

Câmaras em uniformes de polícias

O ex-governador de São Paulo ainda comemorou a decisão do ministro da Justiça, Flávio Dino, em determinar o uso de câmeras em uniformes de polícias ferais e rodoviários. Para João Doria, a decisão reduz a mortalidade e incentivou a adoção da medida em outros estados.

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"[Atitude] positiva do ministro Flávio Dino. Até eu cumprimentei pela iniciativa de ampliar a nível da Polícia Federal e estimular que outras polícias militares de outros estados adotem as câmaras corporais. Tem que cumprimentar também o Governador do Estado de São Paulo Tarcísio de Freitas, que depois de um primeiro momento na campanha onde havia se posicionado contrariamente as câmeras, revisou a sua posição de maneira sensata, tendo em vista as informações que recebeu da própria Polícia Militar do estado de São Paulo de que as câmaras corporais eram úteis para a redução da mortalidade", afirmou.

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