Ataques no RN caem 74,5%; número de presos sobe para 106

Ataques são promovidos por facções criminosas que não aceitaram a transferência de chefes do crime para presídios fora do estado

Casa incendiada em Natal durante ataques de facções criminosas
Foto: Reprodução/redes sociais
Casa incendiada em Natal durante ataques de facções criminosas

O número de atos criminosos que atingem o Rio Grande do Norte caiu 74,5% ao longo de cinco dias, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública do estado. Os ataques começaram na terça-feira (14), realizados por facções criminosas que não aceitaram a transferência de chefes do crime para presídios fora do estado.

Ao todo,  259 ataques foram registrados em cinco dias, sendo 103 deles apenas no primeiro. O total contabiliza os atentados até a sexta-feira (17), já que não houve divulgação da quantidade de crimes praticados no sábado (18).

Até a tarde deste sábado, 106 pessoas já tinham sido presas por envolvimento com a onda de ataques. Entre elas, estão 11 foragidos da Justiça, três adolescentes e dois criminosos que já estavam com tornozeleira eletrônica.

Ao todo, a polícia do estado já apreendeu 31 armas de fogo, 4 simulacros, 87 artefatos explosivos, 23 galões de gasolina, 11 motos, dois veículos, além de dinheiro, drogas, munições e produtos de furtos.

Neste sábado, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou o envio de mais 100 agentes da Força Nacional  para o Rio Grande do Norte. Com a decisão, o total de agentes federais no estado chegou a 600.

Para tentar reduzir as ordens de ataques,  o governo do Rio Grande do Norte transferiu nove presos suspeitos de comandar os atos criminosos para presídios federais. Eles são acusados de comandar crimes como homicídios e tráfico de drogas, além de planos de fugas e ataques a patrimônios públicos e privados.

A polícia civil do RN também apontou que comandos seriam dados de presídios localizados em outros estados do Nordeste, como a Paraíba e Bahia. O sistema federal irá isolar os presos em celas individuais com visitas monitoradas e apenas por parlatório.

"Continuaremos incansáveis em tomar as medidas necessárias para restabelecer a paz e a ordem pública em todo o Rio Grande do Norte", afirmou a governadora Fátima Bezerra.

Entenda o caso

Desde terça-feira, os ataques no Rio Grande do Norte já atingiram mais de 45 cidades. Carros, casas e prédios públicos foram incendiados, e os criminosos provocaram princípios de rebelião em presídios.

Uma força-tarefa conjunta entre o Ministério da Justiça e o governo do estado descobriu que duas organizações criminosas rivais se aliaram para praticar ataques no Rio Grande do Norte. As facções fizeram uma trégua temporária para causar terror e cometer crimes na região.

Segundo governo federal, os ataques estão sendo realizados por duas facções que se uniram porque não aceitaram a transferência de chefes do Sindicato do Crime - principal organização criminosa do Rio Grande do Norte - para fora do estado, em janeiro deste ano. O governo já se preparava para uma possível retaliação.

O Primeiro Comando da Capital (PCC) tem brigado com o Sindicato do Crime para comandar as rotas internacionais de cocaína para a Europa a partir do estado nordestino. A organização, que surgiu em presídios de São Paulo, encontrou uma oportunidade de reivindicar melhorias nas condições dos presídios.

Familiares se reuniram e fecharam rodovias como forma de protesto para que as demandas do PCC fossem atendidas. A governadora Fátima Bezerra relatou que iria pedir uma investigação para saber se os presos estavam recebendo comida estragada e sofrendo torturas.

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