Apuração aponta união entre facções inimigas em ataques no RN

Investigações mostram que dois grupos criminosos formaram alianças

Penitenciária estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte
Foto: Flickr
Penitenciária estadual de Alcaçuz, no Rio Grande do Norte


Duas organizações criminosas rivais se aliaram para praticar ataques no Rio Grande do Norte , segundo informações do Ministério da Justiça e do governo do estado. As facções fizeram uma trégua temporária para causar terror e cometer crimes na região.

Nesta quinta-feira (16), o Rio Grande do Norte teve seu terceiro dia sob ataques. Cerca de 40 cidades do estado já sofreram atentados criminosos. Bandidos queimaram e atiraram em comércios, prédios públicos, veículos e bases da Polícia Militar. Mesmo com a chegada de 100 homens da Força Nacional, os bandidos seguem agindo.

Segundo o governo federal, facções se uniram porque não aceitaram a transferência de chefes do Sindicato do Crime – principal organização criminosa do Rio Grande do Norte – para fora do estado, em janeiro deste ano. O governo já se preparava para uma possível retaliação.

O PCC (Primeiro Comando da Capital) tem brigado com o Sindicato do Crime para comandar as rotas internacionais de cocaína para a Europa a partir do estado nordestino. A organização, que surgiu em presídios de São Paulo, encontrou uma oportunidade de reivindicar melhorias nas condições dos presídios.

Familiares se reuniram e fecharam rodovias como forma de protesto para que as demandas do PCC fossem atendidas. A governadora Fátima Bezerra relatou que iria pedir uma investigação para saber se os presos estavam recebendo comida estragada e sofrendo torturas.

Facções se juntaram após anos de rompimento

O PCC e o Sindicato do Crime romperam em 2017 após se enfrentarem dentro do Presídio Estadual de Alcaçuz. Na época, 27 pessoas foram assassinadas. O episódio é considerado o maior e mais violento da história do Rio Grande do Norte.

A relação entre as duas facções era muito diferente antes do confronto. De 2012, quando nasceu o Sindicato do Crime, até 2016, as organizações dialogavam e tinham acordos para que não ocorressem guerras entre elas.


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