O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), determinou a transferência de seu gabinete temporariamente para São Sebastião, cidade do litoral do estado mais atingida pelas chuvas. A medida, segundo o Palácio dos Bandeirantes, visa agilizar respostas da destruição na região norte de São Paulo.
Tarcísio disse que acompanhará as buscas por vítimas e colaborar com o prefeito da cidade, Felipe Augusto, na elaboração de prioridades para a reconstrução da cidade. O governador disse que o objetivo é dar celeridade às ações de atendimento às cidades atingidas.
"Transferi meu gabinete ao Litoral Norte para tomarmos todas as providências. Nossa ideia é atuar em colaboração com a prefeitura", afirmou.
Tarcísio de Freitas está em São Sebastião desde domingo e se reuniu com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta segunda. Ambos se comprometeram a colaborar para a reconstrução das cidades afetadas e acompanhar os desdobramentos das buscas por vítimas.
O governo federal enviou um contingente do Exército e membros da Defesa Civil nacional para colaborar com as buscas. Esse era um dos pedidos de Tarcísio de Freitas, que ressaltou a dificuldade de acesso dos bombeiros em alguns locais devido ao lamaçal que se espalhou pelas regiões de São Sebastião.
O Planalto ainda liberou R$ 2 milhões iniciais para colaborar com as buscas. Lula já informou que novos valores devem ser disponibilizados nos próximos dias.
Já o Palácio dos Bandeirantes enviou R$ 7 milhões para a Defesa Civil.
Além de São Sebastião, as cidades de Ubatuba, São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Bertioga também estão em estado de calamidade.
Tom pessimista
Enquanto a Defesa Civil de SP acredita ser difícil achar pessoas com vida sob os escombros, o governo estadual já ascende o alerta sobre as rodovias da região. A Tamoios, por exemplo, foi desbloqueada após de 19 horas, enquanto a Rio-Santos e a Mogi-Bertioga estão interditadas desde ontem.
Freitas admitiu haver dificuldades para recuperar as pistas e não descartou o pedido de ajuda ao governo federal.
No caso da Rio-Santos, Tarcísio foi ainda mais pessimista. O governador acredita que trechos da rodovia deixarão de existir e ressaltou ser impossível ter informações sobre estragos neste momento.
"A gente contabilizou mais de 10 pontos de bloqueio, alguns de grande extensão, em alguns pontos a gente não sabe exatamente o que sobrou da rodovia, porque é um volume de terra tão grande que se deslocou em uma extensão tão grande que a gente até levanta a hipótese da rodovia ter sido arrastada junto, da rodovia não existir mais", afirmou.