Reunião com embaixadores: Ciro Nogueira presta depoimento ao TSE

Ex-presidente Jair Bolsonaro é investigado por abuso de poder após reunir autoridades para criticar urnas eletrônicas

Ciro Nogueira prestou depoimento ao TSE nesta quarta-feira
Foto: Agência Brasil - Creative Commons
Ciro Nogueira prestou depoimento ao TSE nesta quarta-feira

O ex-ministro da Casa Civil Ciro Nogueira (Progressistas-PI) prestou depoimento nesta quarta-feira (8) ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre as acusações de abuso de poder do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na reunião com embaixadores. O teor dos esclarecimentos ainda não foi divulgado pelo tribunal.

Nogueira era ministro de Bolsonaro e participou do encontro promovido pelo ex-presidente em julho de 2022. Na época, o então candidato à reeleição usou o evento para atacar o sistema eleitoral do país e tentar colocar à culpa no TSE em caso de derrota para Lula.

A investigação é conduzida pelo ministro Benedito Gonçalves a pedido do PDT. Gonçalves considera o encontro como abuso de poder, o que pode gerar penalização ao ex-presidente Bolsonaro e ao vice na chapa, General Braga Netto.

Nogueira também foi questionado sobre a minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Anderson Torres. Em outras oportunidades, o senador negou saber do decreto.

Além de Ciro Nogueira, o ex-secretário Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, Flávio Rocha, também deve ser ouvido nesta quarta-feira. O ex-ministro de Relações Internacionais, Carlos França, já foi ouvido no fim do ano passado.

O TSE ainda quer apurar o uso de dinheiro público e de campanha de Bolsonaro para atacar urnas eletrônicas e os ministros do TSE, principalmente o presidente da Corte eleitoral, Alexandre de Moraes. Internamente, interlocutores do tribunal acreditam que o processo deve seguir com celeridade e com agilidade. 

Há expectativa de novos depoimentos de ex-ministros e até de embaixadores que participaram do encontro.

Se condenado, Bolsonaro poderá ter seus direitos políticos cassados e ficar inelegível por oito anos. Ainda não está descartado o envio dos documentos para a abertura de um processo criminal contra o ex-presidente.