O governo de Jair Bolsonaro (PL) liberou 2.184 agrotóxicos nos quatro anos de mandato do ex-presidente, número recorde registrado desde o início da série histórica. Os dados foram divulgados pela Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins (CGAA), ligada ao Ministério da Agricultura.
Do total, 98 são inéditos, quantidade recorde registrada em um governo. Os outros, são considerados 'genéricos' e já estavam no mercado por outras marcas.
Apenas em 2022, Bolsonaro liberou 652 agrotóxicos, também maior quantidade registrada em um único ano. O número representa alta de 16% em relação a 2021.
Para efeito de comparação, Lula liberou 993 produtos em seus primeiros dois governos. Já Dilma e Temer autorizaram o uso de 1.841 agrotóxicos entre 2010 e 2018.
Segundo fontes do Ministério da Agricultura, o elevado número de agrotóxicos liberados se deve às mudanças no regulamento da Anvisa e Ibama para análise de produtos tóxicos.
Em um mês de governo, segundo CGAA, Lula liberou quatro agrotóxicos. O decreto, porém, ainda não foi publicado no Diário Oficial da União (DOU).
Baixo risco à saúde, destruidor para o meio ambiente
O Ministério da Agricultura ainda lançou informações sobre a toxidade dos produtos liberados no último governo. Cerca de 1,8 mil produtos são considerados químicos, que tem potencial maior de destruição do meio ambiente. Outros 366 são biológicos, que possui risco menor ao ecossistema.
Na análise feita pela Anvisa, poucos produtos tiveram risco 'moderado' à saúde pública. O número exato ainda não foi divulgado pela pasta.
Já o Ibama classificou como 'muito perigoso ao meio ambiente' uma ampla maioria dos produtos autorizados.
Dos 45 agrotóxicos inéditos liberados em 2022, 33 foram destinados para indústrias. Desse número, 22 são considerados muito prejudiciais ao meio ambiente.