A senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS) disse que a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que visa apurar os responsáveis pela invasão da sede dos Três Poderes, em 8 de janeiro , já soma 47 assinaturas, 20 a mais do que o necessário para abrir a investigação.
Em entrevista ao site Poder360, ela afirmou que, se aberta, a apuração deve levar 130 dias. O Senado só poderá seguir com a CPI a partir de fevereiro, quando começa a nova legislatura.
Se aberta a CPI, a investigação precisa terminar na mesma legislatura. Além disso, só são contabilizados os votos de senadores eleitos no novo mandato. Nesse cenário, são 33 assinaturas colhidas, ainda mais do que o necessário.
“Nós precisamos ter tempo para averiguar tudo. Principalmente as responsabilidades civis e criminais de financiadores e também de quem está orquestrando, orientando esses atos antidemocráticos”, disse a senadora, autora do pedido de CPI.
“Dentro da próxima legislatura já temos a assinatura de 33 senadores. Portanto, senadores que deixam um mandato agora querem colocar as suas digitais [no pedido de investigação]”, destaca a senadora, que se diz aberta para colher a assinatura dos novos senadores que assumem em 1º de fevereiro.
Ela promete que a CPI não será "palco político" e não fará "caça às bruxas", mas afirmou que colherá as informações necessárias e realizará oitivas.
“Isso é muito importante deixar claro. Eu sou muito pragmática. Não tem intenção nenhuma. Isso aqui não é um revanchismo, não é nada disso e eu vou deixar isso muito claro”, declarou.
Além das assinaturas, é necessário aprovação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Nesse ano, no entanto, haverão eleições para presidente da Casa, em que concorrem senadores da base do governo Bolsonaro, o que dificultaria a instauração.
Thronicke disse que a CPI deve seguir o caminho do dinheiro, para identificar financiadores, agentes públicos e políticos envolvidos no ato que deixou destruído os prédios dos Três Poderes no 8 de janeiro.
“Pessoas deliberadamente não fizeram isso, elas tinham a garantia de que quando elas tomassem essa atitude, algo maior poderia acontecer. Nós queremos saber quem é que deu essa esperança para essas pessoas”, declarou.
Sobre a possibilidade de convidar o ex-presidente Jair Bolsonaro para depor, Thronicke fez mistério.
“Eu não sou julgadora nem nada […]. Nós iremos apreciar os requerimentos e vamos analisar durante o período da CPI com quem tem realmente a ver com isso […]. Se o requerimento da oitiva dele for aprovado, sim, é possível”, disse.
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