Advocacia-Geral da União vai ao STF e pede prisão de Anderson Torres

Jorge Messias entendeu que Torres não tomou providências com a eminência de manifestações bolsonaristas em Brasília

Anderson Torres foi exonerado neste domingo do cargo de secretário de Segurança Pública do DF
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil - 09/11/2021
Anderson Torres foi exonerado neste domingo do cargo de secretário de Segurança Pública do DF

A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a prisão do ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres. Segundo o advogado-Geral, Jorge Messias, Torres foi conivente e não tomou providências para as manifestações bolsonaristas neste fim de semana. A informação foi dada inicialmente pela CNN Brasil e confirmada pelo iG com funcionários da AGU. 

O pedido deve ser analisado pela presidente da Suprema Corte, ministra Rosa Weber. No pedido, Messias ressaltou que o secretário passa férias na Flórida, nos Estados Unidos.

Ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL), Anderson Torres era o responsável por orientar as polícias dos DF para segurar as manifestações. Após a invasão, ele foi exonerado pelo governador Ibaneis Rocha (MDB).

Nas últimas horas, a cúpula do governo petista culpou o governo do DF pela falta de segurança da região da Praça dos Três Poderes. Rocha chegou a rebater, mas não teve força para segurar Torres.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também criticou a segurança em Brasília e disse que as forças de segurança foram “incompetentes” e tiveram “má vontade” para segurar as manifestações. O petista ainda determinou a intervenção federal na segurança pública de Brasília.

Invasão aos Três Poderes

Os prédios do Congresso Nacional, Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidos por bolsonaristas na tarde deste domingo (8). Eles protestam contra a vitória de Lula e o uso das urnas eletrônicas.

As manifestações bolsonaristas já eram previstas pelo governo federal, no entanto, era esperado para esta segunda-feira (9) e não na dimensão em que está. No sábado (7), caravanas de bolsonaristas chegaram à Brasília o ato. O ministro da Justiça, Flávio Dino, chegou a solicitar o uso da Força Nacional para manter a segurança da Praça dos Três Poderes.

No Congresso, os manifestantes vandalizaram o salão verde da Câmara dos Deputados e invadiram o plenário do Senado. Já no Planalto, os suspeitos quebraram portas e tentaram invadir o gabinete presidencial.

Na Suprema Corte, os manifestantes tentaram invadir os gabinetes dos ministros, quebraram as portas dos armários onde ficam as togas, além de quebrar vidraças e vandalizar a fachada do prédio.

Manifestantes entraram em confronto com a Força Nacional e, segundo informações iniciais, um veículo da FN ficou pendurado no espelho d’água do Congresso.

Flávio Dino afirmou, por meio das suas redes sociais, que medidas estão sendo tomadas e que "impor a vontade a força não vai prevalecer". Ele ainda disse que está na sede do Ministério da Justiça acompanhando os desdobramentos.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL), pediu aos parlamentares um tempo para apurar a situação de momento na Casa Legislativa. Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Senado, disse que solicitou ao governador do DF, Ibaneis Rocha, a utilização de todo aparato policial para reestabelecer a ordem.