O ministro da Justiça, Flávio Dino, se reuniu neste sábado (7) com os diretores da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal para definir ações contra atos antidemocráticos em Brasília. Segundo Dino, as ações poderão ser configuradas como crimes federais.
No encontro, o ministro ressaltou a preocupação com a movimentação na capital federal de bolsonaristas na frente do quartel do Exército. Neste sábado, por exemplo, 11 ônibus com apoiadores do ex-presidente chegaram à Brasília para um ato marcado na segunda-feira (9).
Nas redes sociais, o ministro tratou de minimizar a movimentação e ressaltou que “extremistas não mandarão no país”.
"Vamos manter a sociedade informada. Pequenos grupos extremistas não vão mandar no Brasil", disse.
Dino aproveitou para criticar a onde de ataques contra opositores e imprensa. Ele citou as agressões físicas que aconteceram contra jornalistas e guardas municipais no acampamento bolsonarista em Belo Horizonte.
"Reiteramos que liberdade de expressão não abrange agressões físicas, sabotagens violentas, golpismo político etc. Recomendo que pessoas agredidas procurem imediatamente Delegacias da Polícia Civil para registro da ocorrência, se possível com imagens", disse.
Desde cedo, eu e os diretores gerais da PF e da PRF estamos em diálogo e definindo novas providências sobre atos antidemocráticos que podem configurar crimes federais. Vamos manter a sociedade informada. Pequenos grupos extremistas não vão mandar no Brasil.
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) January 7, 2023
O ministro ressaltou que os casos de violência em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e outras capitais serão de responsabilidade das polícias locais.
"Depois do registro da ocorrência policial, sugiro o envio ao Ministério Público, que certamente vai atuar contra arruaceiros nas suas cidades. Sobre crimes federais, estamos tomando todas as providências, inclusive na manhã deste sábado", concluiu.
Após a ida de Jair Bolsonaro (PL) aos Estados Unidos, grupos que apoiam o presidente estão deixando os quartéis do Exército e se dissipando conforme determinações judiciais. Entretanto, a onda bolsonarista tem tomado as ruas das capitais brasileiras.
Em Brasília, por exemplo, apoiadores do ex-presidente estão organizando um novo acampamento e uma manifestação nas ruas da cidade na próxima segunda-feira. Já em São Paulo, um grupo bolsonarista interditou duas vias da avenida 23 de Maio, uma das principais da cidade, na sexta-feira, e realizou buzinaço em apoio ao ex-mandatário.