SP: secretário da Segurança reverá uso de câmeras em fardas policiais

Programa conhecido como Olho Vivo está em vigor desde 2020; Ministério dos Direitos Humanos se diz preocupado com a possível revisão da medida

Guilherme Murano Derrite, secretário da Segurança Pública de São Paulo
Foto: Governo do Estado de São Paulo
Guilherme Murano Derrite, secretário da Segurança Pública de São Paulo


Guilherme Murano Derrite, secretário da Segurança Pública de São Paulo , afirmou na última quarta-feira (4), que pretende rever o programa que instala câmeras na farda de políciais militares do estado, conhecido como "Olho Vivo". 

A fala de Derrite foi feita durante uma entrevista concedida à Rádio Cruzeiro, de Sorocaba, cidade localizada no interior de São Paulo. 

"Nós vamos rever o programa. O que existe de bom vai permanecer. Aquilo que não está sendo bom e que pode ser comprovado cientificamente que não é bom, por isso a importância de analisar esse estudo da Fundação Getulio Vargas, a gente vai propor ao governador possíveis alterações", pontuou. 


As câmeras corporais passaram a ser utilizadas pelos oficiais paulistas em 2020 e, de acordo com um levantamento feito pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), o uso destes dispositivos evitou 104 mortes. Houve ainda uma redução de 57% no número de mortes decorrentes de ações policiais em relação ao período anterior à sanção da medida. 

O Ministério da Cidadania e Direitos Humanos informou que recebeu com "preocupação" a declaração do ex-oficial da Rota. De acordo com a pasta, a medida deve ser reforçada no território paulista e expandida para todo o território nacional. 

"O sucesso dessa política demonstrado pela ciência faz com que ela não apenas tenha que ser reforçada e ampliada nas regiões em que é aplicada, mas também que seja estendida a todas as unidades da federação", disse o  Ministério liderado por Silvio Almeida em comunicado

"Nesse sentido, tratando-se de prática exitosa, esperamos que toda e qualquer revisão do programa seja lastreada nas melhores evidências disponíveis e tenha como objetivo precípuo o respeito e a proteção do direito humano à vida, tanto dos trabalhadores da segurança pública quanto da população em geral", completou a nota.

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